Cateterismo e Angioplastia. As doenças coronarianas são consideradas a principal causa de óbito em todo mundo.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) faz, a cada ano, 17,3 milhões de vítimas sendo que, a estimativa para 2030 é preocupante, pois o total de óbitos deverá chegar a 23,6 milhões. A prevenção ainda é a melhor opção. E os avanços da medicina cardiológica hoje trazem resultados e tratamentos minimamente invasivos de última geração, como a angioplastia e o cateterismo.
Mas afinal o que difere um do outro?
Os mitos e verdades destes dois procedimentos que prometem revolucionar e diminuir consideravelmente o número de infartos e doenças coronarianas.
Infarto
Cada vez mais comum em jovens, o infarto é uma das principais consequências da obstrução dos vasos sanguíneos. O estresse, fumo, diabetes, herança genética, obesidade e hipertensão são os grandes vilões das doenças coronarianas. Manter uma vida saudável, praticar atividade física e cuidar da alimentação são fundamentais para evitar que a doença apareça, ou, se ela já existir, cuidar para que não se agrave. Além de uma vida regrada, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos e até a indicação a indicação de cateterismo ou angioplastia.
Cateterismo e Angioplastia
Apesar de muitas pessoas confundirem o cateterismo e a angioplastia os dois têm objetivos diferentes. “No cateterismo, o médico percorre o vaso sanguíneo com um cateter até chegar ao coração e, assim analisa se há obstrução das artérias, alteração no funcionamento das válvulas e até se há problemas congênitos.
Já na angioplastia, com o auxílio de um cateter é realizada a desobstrução das placas de gorduras já existentes nos vasos do coração. E, há dois principais tipos de angioplastia: a que utiliza um balão na ponta do cateter que é inflado e pressiona a placa de gordura; e com o cateter coloca um stent para aumentar o calibre das artérias, agora, desobstruídas”, explica a cardiologista Dra. Viviana Lemke.
Claro que, o tipo de tratamento deve ser sempre discutido com o cardiologista após uma avaliação médica minuciosa. Mas, para ajudar a esclarecer algumas dúvidas selecionamos os principais mitos e verdades que envolvem os procedimentos.
Tenho alergia ao iodo e não posso fazer cateterismo.
Mito: Antigamente a dose de iodo usada no contraste era muito alta. Hoje, como a concentração é pequena, a possibilidade de alergia é mínima, mas é importantíssimo que o paciente com alergia avise ao médico para que ele indique, ou não, um antialérgico.
O cateterismo só pode ser feito em adultos.
Mito: A realização do exame não tem restrição de faixa etária podendo ser executado até em bebês recém-nascidos para diagnóstico e tratamento de problemas congênitos.
Corro risco de complicações.
Verdade: Apesar das chances serem inferiores a 0,1%, não podemos ignorar que, apesar de pouco frequente, após o procedimento pode haver arritmia cardíaca, insuficiência renal, sangramento no local de inserção do cateter; e lesões nos vasos sanguíneos.
Posso voltar às atividades normais logo na sequência.
Mito: A duração do cateterismo depende da localização e gravidade do acúmulo das placas de gordura, mas normalmente não demora mais do que 30 minutos. O paciente é liberado para casa no mesmo dia após o cateterismo, com a recomendação de guardar repouso por 1 a 3 dias, dependendo do resultado. Após a angioplastia, o paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte sendo que as atividades físicas estão liberadas após avaliação médica, em torno de 10 a 15 dias do procedimento.
Antes da angioplastia é recomendado fazer cateterismo.
Verdade: Como dito, a angioplastia é uma intervenção para desentupir as artérias obstruídas e, entre os exames mais precisos para descobrir onde é a obstrução e o quanto ela é grave é o cateterismo.
A angioplastia não é indicada para quem tem problemas renais.
Mito: Como a quantidade de contraste é pequena, ter problemas renais não chega a ser uma contraindicação. Porém, é recomendado o paciente ser hidratado com soro para auxiliar o rim a filtrar o contraste e assim, não sobrecarregá-lo.
Angioplastia é uma cirurgia.
Mito: Na verdade, é considerado um procedimento minimamente invasivo com poucas possibilidades de complicações.
Quem fez angioplastia pode enfartar.
Verdade: Já vimos que as principais causas do infarto são sedentarismo, má alimentação e tabagismo. Justamente por isso, a pessoa após os procedimentos precisa mudar seus hábitos, pois sem estas mudanças a chance de ocorrer novas obstruções ainda existe.
Dra. Viviana Lemke é cardiologista, presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista da SBHCI, Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista que congrega cardiologistas e profissionais de saúde com atuação em Cardiologia Intervencionista.
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