Muitas mulheres e muitos casais sonham com o dia em que terão filhos. Esse anseio, porém, pode ser afetado por problemas inesperados de infertilidade, além de uma gravidez tardia e outros fatores que diminuem as possibilidades de uma gestação natural.
Segundo a ginecologista e especialista em reprodução assistida Cláudia Navarro, quando se consegue detectar a causa da infertilidade, cerca de 40% destas causas são atribuídas à mulher, 40%, ao homem, e 20%, a ambos.
Para esclarecer dúvidas sobre infertilidade, a médica lista algumas questões comuns.
1 – Mulheres que usam continuamente pílulas anticoncepcionais para evitar a menstruação podem ter problemas futuros para engravidar?
Não. Contraceptivos hormonais não diminuem a fertilidade. O uso da pílula, entretanto, seja continuamente ou com intervalos, pode mascarar problemas no ciclo menstrual. A contracepção hormonal pode ser uma ótima alternativa, mas deve sempre ser individualizada e prescrita por um médico após avaliação clínica criteriosa.
2 – Homens que usam roupas íntimas muito apertadas podem ter problemas de infertilidade?
Sim! Embora os casos sejam raros, o aumento na temperatura provocada pelo uso de roupas apertadas, assim como o contato direto com altas temperaturas, pode afetar a qualidade da produção dos espermatozoides. “Outro problema que pode afetar a fertilidade é o excesso de tempo sentado, como ciclistas que praticam o esporte diariamente por longas horas, extraordinariamente motoristas que usam roupas apertadas e ficam muito tempo assentados, além daqueles que lidam diretamente com alguns tipos de produtos químicos”.
3 – O café pode aumentar a produção de espermatozoides?
Mito! Embora alguns estudos digam que, em doses baixas ou moderadas, o café provoca um estimulo nas células lactato, um elemento essencial para a espermatogénese acontecer, não há nenhuma evidência científica que comprove isso. Pelo contrário, as evidencias mostram um resultado negativo do excesso da cafeína principalmente na fertilidade feminina.
4 – O uso do DIU pode gerar algum problema relacionado à fertilidade?
Sim! A inserção do Dispositivo Intra uterino – DIU quando não realizada de maneira correta e pelo profissional habilitado, pode facilitar a entrada de bactérias no trato reprodutivo superior promovendo infecção nas trompas. A sequela destas infecções pode resultar em obstrução tubária com consequente infertilidade. “O procedimento para colocar o DIU deve ser feito por um ginecologista capacitado, e o acompanhamento deve ser constante”.
5 – A obesidade pode levar à infertilidade?
Sim! O excesso de peso pode provocar alterações hormonais que irão culminar com a anovulação crônica, que é a ausência de ovulação com consequente infertilidade. Além disto, aquelas pacientes que conseguem engravidar e que se encontram acima do peso, apresentam um maior índice de aborto e de complicações na gravidez. Manter hábitos saudáveis de vida favorece o organismo como um todo, não somente a parte reprodutora.
6 – Mulheres que se submetem à quimioterapia podem ficar estéreis?
Verdade! A quimioterapia pode provocar uma diminuição nas células germinativas tanto na mulher (óvulos) como no homem (espermatozoides), o que pode resultar em infertilidade. Hoje, com os altos índices de sobrevida no tratamento do câncer, tem se preocupado muito com a qualidade de vida dos sobreviventes E a manutenção da fertilidade destas pessoas já pode ser programada através do congelamento prévio dos gametas. “A técnica de congelamento de óvulos ou de sêmen é indicada para aqueles pacientes que irão se submeter ao tratamento contra o câncer, antes do início deste tratamento, para que possam considerar uma gravidez futura”.
7 – Mulheres que recorrem à fertilização in vitro terão gestação múltipla?
Não. Com o avanço da tecnologia, a reprodução assistida tem ganhado cada vez mais precisão em seus resultados. “A técnica tem possibilitado formas eficientes para reduzir ao máximo a taxa de gemelaridade nas gestações”.
Dra. Cláudia Navarro é ginecologista, especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search, graduada em medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atua na área de ginecologia e obstetrícia, com ênfase em reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.
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