A conhecida mistura de monóxido de carbono, alcatrão, acetona, nicotina e até veneno de rato é uma vilã para o organismo. O cigarro vicia e mata!
Você sabia que o tabagismo tira precocemente mais de seis milhões de vidas ao ano?
Sim, o cigarro é o maior responsável pelas mortes evitáveis em todo o mundo. Para reforçar a importância de discutir a relação entre tabaco e saúde do coração, a SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) dá algumas dicas sobre como reconhecer a dependência, que em 2015, no Brasil, associou-se à morte de 150 mil pessoas.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabagismo responde por aproximadamente 45% das mortes de homens com menos de 65 anos de idade e por mais de 20% de todos os óbitos por doenças coronarianas em homens com idade superior a 65 anos. Além disso, homens fumantes entre 45 e 54 anos de idade têm quase três vezes mais probabilidade de morrer de infarto do miocárdio do que os não-fumantes da mesma faixa etária.
“Embora a fabricação e venda de cigarros seja legal e liberada, a decisão entre comprar ou resistir ao vício é do consumidor”, afirma o cardiologista Dr. José Francisco Kerr Saraiva, alertando: “Se as pessoas não passarem a se conscientizar, em 2030 o cigarro matará diretamente oito milhões de indivíduos em todo o Planeta”.
A preocupação da entidade é a “falsa sensação de prazer” que o cigarro proporciona, pois isso atrai os consumidores para algo que, na realidade, é muito problemático para a saúde. “A nicotina, por exemplo, é uma droga proveniente da planta do tabaco que, quando inalada, produz efeito psicoativos. Chega ao cérebro em um breve espaço de tempo (entre sete e 19 segundos), fazendo com que o organismo, com o tempo, acostume-se a recebe-la frequentemente”.
No cigarro, existem 5,3 mil substâncias, sendo 4,7 mil delas são nocivas à saúde. Cada vez que a pessoa traga fumaça, o organismo “pede mais”. Isso acontece porque, quando a nicotina chega ao cérebro, são liberadas outras substâncias, como a dopamina, uma das responsáveis pela falsa sensação de prazer.
“Tudo o que não é natural e faz com o que o organismo sinta falta se não usar é falso e se trata de dependência! Por isso, elencamos alguns sinais e sintomas da dependência”. A SOCESP tem como objetivo reduzir o índice de mortalidade por doenças cardiovasculares. Por isso, tem em seu DNA a disseminação da conscientização e prevenção de todas as doenças relacionadas ao coração.
Alguns sinais/sintomas da dependência:
1 – A substância é consumida em grandes quantidades ou por períodos maiores do que a pessoa pretendia.
2 – Desejo persistente, ou uma, ou mais tentativas fracassadas de interromper ou controlar o abuso da substância.
3 – Muito tempo empenhado nas atividades para obtenção da substância, consumo ou recuperação de seus efeitos.
4 – Intoxicação frequente ou sintomas de abstinência quando o indivíduo é obrigado a realizar tarefas simples ou quando o uso da droga for fisicamente perigoso.
5 – Suspensão ou diminuição de atividades sociais, profissionais e/ou lazer pelo uso da substância.
6 – Uso persistente da substância, apesar do conhecimento de que representa um problema social, psicológico ou físico persistente ou recorrente, causado ou agravado por seu consumo.
7 – Tolerância marcante: necessita de quantidades progressivamente maiores da substância.
8 – Sintomas típicos de abstinência.
9 – Substância consumida frequentemente, para aliviar ou cortar sintomas de abstinência.
*No caso de você apresentar mais de 3 dos sinais/sintomas descritos acima, pode-se considerar que há a dependência física.
Dr. José Francisco Kerr Saraiva é cardiologista e presidente da Socesp A Socesp – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1976. Regional da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Departamento de Cardiologia da Associação Paulista de Medicina, conta com cerca de 8 mil sócios. Os principais objetivos são contribuir para a atualização dos cardiologistas do estado e difundir o conhecimento científico gerado pela própria SOCESP aos profissionais da saúde que atuam na Cardiologia e para a população.
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