Nas lesões de tornozelos e joelhos, a dor é o primeiro sinal de que é preciso parar e consultar um médico.
Esportes fazem bem à saúde do corpo e da mente, mas, se não forem conduzidos da forma correta, a chance de lesões é alta. Dependendo da atividade esportiva, diferentes tipos de lesões podem acontecer em diversas articulações do corpo.
“O futebol pode levar frequentemente a entorses (lesões ligamentares), distensões musculares ou lesões ligamentares, principalmente em membros inferiores, como joelho e tornozelo”, explica o ortopedista especialista em medicina do esporte, Carlos Górios.
Dependendo do tipo de lesão, o atleta pode ficar incapacitado para continuar no esporte. “Além disso, nos casos em que o atleta consegue continuar na prática esportiva, a lesão pode fazer com que aconteça uma queda no rendimento”.
Aquecimento prévio e um preparo físico adequado para aquela modalidade são formas de evitar as dolorosas lesões. “As lesões geralmente doem, por isso é necessário tratamento médico. Além disso, podem levar a incapacidades funcionais tanto para as atividades físicas como para as atividades do dia a dia, como caminhadas, subir escadas ou levantar da cadeira”. “A pessoa pode ter perda de força no membro lesionado, além de não conseguir se movimentar ou mesmo claudicar (mancar)”
Recuperação das lesões
A boa notícia é que, na maioria dos problemas, é possível tratar as lesões e voltar para o esporte depois de um tempo de recuperação. “O tempo médio de recuperação vai depender do tipo e da gravidade da lesão que o atleta teve. Uma contusão, por exemplo, pode ser de rápida recuperação, em torno de uma semana”.
Já as entorses (lesões ligamentares) dependem do grau da lesão. Se for leve, o tratamento é conservador e o atleta fica afastado das atividades, em média, por seis semanas. Já as lesões mais graves necessitam normalmente de tratamento cirúrgico, onde a recuperação pode levar de seis a oito meses. Só depois desse período é que se pode voltar à prática esportiva.
Joelho
No caso específico do joelho, a lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) – um dos ligamentos intra-articulares do joelho – o tratamento é cirúrgico. “É muito comum lesionar o LCA na prática do futebol. Para essa lesão, devemos realizar a reconstrução do ligamento, que é colocar um enxerto para substituir o ligamento, ou seja, um tratamento cirúrgico”.
Várias técnicas podem ser usadas para deixar o joelho em pleno funcionamento novamente, no caso da cirurgia do LCA. “Há diversos tipos de enxerto e diversos tipos de fixação do enxerto. Todas têm o mesmo objetivo, que é de estabilizar a articulação do joelho”.
Dor é sinal para parar
Tanto amadores como profissionais, os atletas devem ficar atentos principalmente com a dor. “Para as lesões importantes, como lesão muscular ou ligamentar, com história prévia de trauma, o atleta tem de parar imediatamente a atividade esportiva e procurar um médico”.
Tratamento avançou
Tanto na prevenção ou no tratamento, os meios disponíveis para afastar e curar as lesões melhorou ao longo dos anos. A medicina esportiva conta hoje com um aparato tecnológico que pode identificar o risco de lesão e conseguir prevenir antes mesmo que ela aconteça.
“Nos dias de hoje, a avaliação cinemática – que é a avaliação dos movimentos e das articulações por meio de laboratórios de biomecânica – é fundamental para o excelente rendimento do atleta. A baropodometria, um teste para ver a distribuição do peso corporal na atividade esportiva, é utilizada para prevenção ou mesmo reabilitação de lesões”.
A termografia também é uma aliada. “É usada para medir níveis de calor corporal, que indicam a região do corpo do atleta que necessita de cuidado específico, prevenindo lesões”.
As cirurgias também não ficam de fora: novas técnicas minimamente invasivas podem acelerar a recuperação do atleta.
As lesões mais comuns nos esportes
– Futebol: distensões musculares, lesões ligamentares no joelho e tornozelo e entorses são os mais comuns no esporte.
– Tênis: o tênis exige muito da musculatura de todo o corpo, e as lesões musculares são frequentes. Os processos inflamatórios crônicos, como tendinite, principalmente do no ombro, são frequentes.
– Basquete e vôlei: nesses dois esportes, as lesões podem acontecer nos membros inferiores, como as entorses de tornozelos e lesões nos músculos da perna, assim como nos ombros, como tendinites.
– Natação: por não envolver contato físico, mas sim necessidade de força e destreza, a natação pode levar a dor nos ombros ou na coluna vertebral.
– Corrida: a lesão mais frequente em maratonistas são as musculares por fadiga, ou até mesmo a fratura por estresse, provocada por fadiga óssea. Em corridas de tiro, as distensões musculares podem ocorrer.
Dr. Carlos Górios é ortopedista especialista em medicina do esporte da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, que é composta por três modernos hospitais que fazem parte da história da capital paulistana: Pompeia, Santana e Ipiranga. As Unidades têm capacidade para atendimentos eletivos, de emergência e cirurgias de alta complexidade, como transplantes de medula óssea.
CONTINUE LENDO →