Muito frequente na saúde íntima feminina, o corrimento vaginal deve ser tratado com higiene adequada e mudança de hábitos.

O corrimento vaginal é um assunto da saúde íntima que traz questionamentos e pede mais diálogo e esclarecimento entre o público feminino. É o que indica uma pesquisa, que revela que 27% das mulheres buscam soluções na internet quando se deparam com algum desconforto íntimo. A ginecologista Dra. Patricia Varella nos respondeu algumas perguntas:

1 – O que é corrimento?

O corrimento vaginal é o nome dado a secreção com forte odor eliminada pelo canal vaginal em grande quantidade que causa, na maioria das vezes, coceira. Todas as mulheres têm secreção, que varia de acordo com o ciclo, e isso é absolutamente normal. A secreção considerada normal é clara, fluída e sem cheiro.

2 – Corrimento é normal?

Não. A secreção vaginal é uma das condições de proteção da saúde íntima feminina, já o corrimento vaginal pede atenção e tratamento com um ginecologista. Fatores como o ciclo menstrual, ovulação e hábitos interferem diretamente nas quantidades secretadas e no aspecto.

Apesar de ser fisiológico, muitas vezes ele entra em desarmonia e incomoda as mulheres, cerca de 32% tem problemas com corrimento. Ele está em segundo na lista das queixas íntimas mais comuns, como mostra o estudo, perdendo apenas para cólicas (65%). Além disso, outros incômodos comuns são as coceiras (irritação) (27%), odor (24%) e desconforto nas relações sexuais (22%).

3 – No dia a dia, como distinguir o corrimento da secreção vaginal?

A autoavaliação é primordial para identificar se o corrimento é motivo de atenção ou não. Ao final do dia, antes de um banho ou troca da roupa íntima é normal encontrar na calcinha um aspecto ligeiramente amarelado. Já o muco ovulatório é uma secreção comum que apresenta característica transparente e viscosa semelhante à clara de ovo e sem aparente odor em quantidade que pode não ser notado, outras vezes notado em maior ou menor quantidade.

Outra situação comum é no período pré-menstrual essa mesma secreção aparecer em pequena quantidade e com aspecto pastoso. Assim, é bom ficar atenta, pois toda secreção vaginal diferente do muco ovulatório pode ser indício de higiene incorreta, inflamação ou até mesmo infecção.

4 – Quando a condição pede atenção e tratamento?

Quando existe uma mudança na cor e cheiro da secreção. Isso indica que algo está errado, podem ser corrimentos relacionados à infecções e precisam ser tratados. Um exemplo muito recorrente de desconforto entre as mulheres é a candidíase, que leva a irritação, coceira, ardência e vermelhidão na região vaginal. Sua secreção é esbranquiçada, com aspecto bastante variável que pode ser desde fluido até heterogêneo e semelhante a leite talhado.

Outro tipo de corrimento que pede atenção média é o que causa a vaginose bacteriana. Esse tipo de corrimento é causado por uma bactéria chamada Garnerella vaginalis e tem secreção amarelada, as vezes acinzentada e bolhosa, com forte odor e que pode aumentar e causar complicações se não for examinado por um ginecologista para confirmação de diagnóstico e tratamento completo.

5 – Por que ocorrem essas infecções?

As causas mais comuns do corrimento e das infecções são estresse, tabagismo, pré-disposição, má alimentação (alimentos doces ou ácidos quando em excesso) e contato com a umidade, (por exemplo, ficar muito tempo com biquíni molhado), o suor normal da região íntima em quem pratica atividade física, etc. Atenção: usar produtos inadequados na área vaginal também pode alterar o pH e causar corrimentos ou infecções.

6 – Como cuidar da vagina?

Para prevenir tanto doenças quanto a formação de odores ou de corrimentos infecciosos, o melhor é investir na higiene correta. A higiene diária da região íntima (sem realização de ducha íntima, que é contra indicada) e usando produtos com o pH mais próximo do natural, que é levemente ácido. Sabonetes comuns são alcalinos e por isso prejudicam esse equilíbrio. Já os sabonetes específicos para a região têm a função de limpar sem desequilibrar o pH da área. O recomendado é lavar sempre a parte externa da vagina e não a interna, evitando duchas que podem prejudicar a proteção natural.

7 – Como tornar a região íntima mais saudável e livre de corrimentos indesejados?

  • Para prevenir o corrimento infeccioso:
  • Evite usar roupas sintéticas ou MUITO apertadas, que não deixam a pele respirar;
  • Evite usar protetores diários, pois eles abafam a região provocando a proliferação de microrganismos;
  • Troque seu absorvente interno ou externo a cada três horas;
  • A menos que tenha indicação médica, não faça duchas vaginais, pois removem a proteção natural, deixando a região íntima vulnerável e propícia a infecções;
  • Mantenha uma alimentação equilibrada, para ter uma produção constante dos lactobacilos vaginais, que mantém o pH vaginal saudável.

Dra. Patricia Varella é ginecologista. A pesquisa foi patrocinada pela marca Vagisil, reconhecida mundialmente por cuidar da saúde íntima das mulheres (sabonete líquido, desodorante, gel lubrificante). www.vagisil.com.br

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