Endocardite Bacteriana ocorre quando há presença de bactérias no fluxo sanguíneo e estas encontram tecidos cardíacos danificados.
A Endocardite Bacteriana é uma doença comum, que tem um alto índice de mortalidade. Trata-se de uma infecção da parede interna do coração ou das válvulas do coração, que resulta usualmente pela invasão de microorganismos (bactéria ou fungo) em tecido endocárdico ou material protético do coração.
Havendo oportunidade para bacteremia, como por exemplo, a manipulação dentária em portadores de valvopatia, pode ocorrer colonização pela aderência do microorganismo na valva deformada e uma de suas causas é a má conservação dos dentes.
Uma vez confirmado o diagnóstico de endocardite bacteriana, segundo o Dr. Marcelo Braga, é necessário manter o paciente internado por um longo período (pelo menos um mês), em uso de antibióticos endovenoso em altas doses. Em decorrência da alta mortalidade em torno de 25%, devemos ficar atentos às complicações clínicas possíveis, como agravamento da lesão valvar pré-existente, insuficiência cardíaca, embolias sépticas sistêmicas, insuficiência renal e em 35% dos casos há necessidade de cirurgia cardíaca.
Um fator que aumenta as chances de desenvolver a doença é a presença de cáries. Sabe-se que os procedimentos para tratamento da cárie podem causar a passagem das bactérias para a corrente sanguínea. Estas bactérias, por sua vez, podem causar endocardite em pessoas predispostas. “Algumas doenças periodontais, como gengivite e periodontite, também aumentam o risco de endocardite. A gengiva deve ter coloração rosa claro, não sangrar quando escovar os dentes, não apresentar inchaço e ter boa aderência aos dentes. Se a pessoa tem algum problema cardíaco deve procurar um dentista regularmente e apresentar boa higiene oral”.
Nem todos os tipos de endocardite podem ser prevenidas. Pessoas transplantadas cardíacas precisam manter a saúde bucal e precisam do atendimento de um cirurgião-dentista especializado. Pacientes que fazem uso de anticoagulantes podem ter problemas com sangramento, em alguns procedimentos dentários, como extração de dentes, cirurgias bucais e limpeza dentária. Pessoas sem dentes correm o risco de ter essa doença, principalmente, a causada por fungos de quem usa dentadura, deve ser limpa após as refeições, usando escova e pasta dental.
O dentista deve ser procurado para avaliar as mucosas e os ossos adjacentes, através de radiografia. Ele pode descobrir, através da mesma, raízes de dentes que permanecem nos ossos, após a tentativa de extração ou mesmo pelo próprio curso da cárie, assim como algumas lesões que podem representar focos infecciosos, levando a um maior risco de endocardite e podendo até impedir a cirurgia cardíaca, caso essa seja necessária. “O diagnóstico precoce e a instituição de terapêutica e acompanhamento eficaz pode reduzir o impacto sobre a história natural dos cardiopatas de risco, bem como a ainda expressiva morbi-mortalidade da endocardite bacteriana”.
Dr. Marcelo Braga é Gestor Clínico da MB Odontologia Especializada. http://www.marcelobragaodontologia.com.br
CONTINUE LENDO →