Apesar de condição não ter causa comprovada, dados indicam que a escoliose pode ter relação com o sedentarismo.

A coluna vertebral é a parte estrutural mais importante do nosso corpo, por isso qualquer questão relacionada a ela e que não tenha a devida atenção pode causar uma lesão de maior gravidade. Umas dessas condições, que a princípio parece inofensiva é a escoliose, uma deformação morfológica da coluna e que em casos mais delicados, pode até prejudicar o bom funcionamento de órgãos vitais.

Dois tipos de escoliose

Há dois tipos comuns de escoliose, a congênita (que é causada por malformação das vértebras da coluna) e a idiopática (não possui causa comprovada cientificamente), porém a mais comum na população. Uma das explicações se dá pelas modificações que o corpo passa ao longo da vida, sendo mais comum em jovens em fase de crescimento, embora não seja o fator determinante. “O corpo vai fazendo ajustes por conta da nossa postura, do peso que carregamos nos ombros, na maneira como sentamos, mas nenhum deles é responsável 100% pelo desenvolvimento da escoliose”, explica o fisioterapeuta Bernardo Sampaio.

De acordo com a última PeNSE – Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, feita pelo IBGE, os dados da pesquisa indicam que casos de escoliose com fatores não genéticos podem ser influenciadas pelo sedentarismo. Afinal, 65,5% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental não realizam se quer 300 minutos de atividade física na semana, sendo que o recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é de pelos menos 420 minutos.

A escoliose não causa dores, mas pode ser perigosa, por isso é importante detectá-la logo no início. Em casa é possível fazer um teste simples. O fisioterapeuta sugere que a pessoa dobre o tronco para frente como se fosse para encostar as mãos no chão e mantenha essa posição por alguns segundos. Assim, é possível observar se há algum lado mais alto do que o outro, ao longo das costas. “Caso tenha uma discrepância grande é preciso procurar um especialista para uma avaliação mais adequada e possivelmente a indicação de tratamento que não necessariamente será cirúrgico”.

Intervenções cirúrgicas são indicadas apenas em casos mais graves; assim como muitos problemas de coluna, quadril e joelho. A cirurgia é sempre a última opção. Em graus menores, são sempre tratadas com exercícios e posturas. “Nem sempre as alterações da curvatura da coluna estão relacionadas com dores crônicas, por isso é sempre importante consultar um especialista para se ter o devido diagnóstico”.


Dr. Bernardo Sampaio é fisioterapeuta responsável pela Unidade de Guarulhos do ITC Vertebral e do Instituto Trata, o especialista é também diretor regional da Associação Brasileira de reabilitação de coluna – ABR Coluna. Graduado pela PUC- Campinas e com formação em osteopatia clínica pela Académie de Thérapie Manuelle Et Sportive (Belgica). O profissional também possui especialização em fisioterapia músculo esquelética, aprimoramento em membro superior e oncologia ortopédica pela Santa Casa de São Paulo. www.itcvertebral.com.br

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