Com a popularização das dietas e a procura por produtos rotulados como “zero calorias” ou “light”, muitas pessoas se perguntam se esses alimentos realmente não têm impacto no corpo. A promessa de comer sem culpa é tentadora, mas nem sempre corresponde à realidade.

De acordo com Dra. Fernanda Maniero, coordenadora do curso de Nutrição, a ideia de que produtos “zero calorias” podem ser consumidos sem limites é equivocada. “Mesmo alimentos sem calorias podem conter adoçantes ou outros componentes que influenciam o metabolismo, aumentam o apetite e, muitas vezes, criam uma falsa sensação de segurança. Isso pode levar a um consumo maior de calorias de outras fontes”, alerta a especialista.

Maniero explica que nem todos os rótulos significam a mesma coisa. “Zero indica ausência de determinado nutriente, geralmente açúcar, light indica redução de algum componente em relação ao produto original e diet é direcionado a restrições específicas, como para pessoas com diabetes. É fundamental ler os rótulos e entender os ingredientes”.

Alguns alimentos realmente possuem poucas ou praticamente nenhuma caloria, como água, chás sem açúcar e vegetais ricos em água, como alface, pepino e rúcula. “Esses produtos são naturalmente pouco calóricos e podem ser incorporados à dieta de forma saudável, mas sempre dentro do contexto de uma alimentação equilibrada”, explica Dra. Fernanda.

A profissional alerta ainda para os efeitos dos adoçantes artificiais, presentes em muitos produtos zero. “Alguns podem alterar a microbiota intestinal, interferir na saciedade e no controle de glicose, mostrando que não são substâncias totalmente inertes para o corpo”.

Fernanda enfatiza que nem todos os produtos rotulados como “zero” significam ausência completa de calorias. “É essencial ler os rótulos e entender os ingredientes. Produtos industrializados podem conter adoçantes, conservantes e sódio em excesso, que impactam a saúde mesmo sem acrescentar calorias significativas”, afirma.

Mais importante do que buscar alimentos “zero calorias” é manter uma alimentação equilibrada. Frutas, legumes, proteínas e carboidratos integrais devem ser priorizados, enquanto produtos industrializados, mesmo que zero, devem ser consumidos com moderação. “A base da saúde não está em eliminar calorias, mas em escolhas conscientes e equilibradas no dia a dia”, conclui a docente.

Como sugestão prática, Dra. Fernanda indica pequenas trocas que fazem diferença. “optar por água aromatizada ou chás em vez de refrigerantes zero, e incluir vegetais frescos no lugar de snacks industrializados. “São mudanças simples que trazem benefícios reais à saúde”, conclui a docente.

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