As mudanças nos rótulos de alimentos embalados, disponíveis nas prateleiras brasileiras, é um tema que vem gerando discussões há algum tempo. Em 2020, a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou mudanças que entrarão em vigor em outubro deste ano. As alterações incluem avisos sobre o alto teor de açúcares adicionados, sódio ou gorduras saturadas contido naquele alimento e substâncias prejudiciais à saúde. O objetivo é dar mais destaque, em uma parte maior e mais visível da embalagem, para que o consumidor fique mais consciente do que está comprando.

A decisão de seguir com tais alterações foi pautada no aumento da porcentagem da população com sobrepeso e obesidade, já que alimentos com alto nível dessas substâncias estimulam o aumento de peso e não possuem nutrientes relevantes para uma boa saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a obesidade é uma das 5 doenças com maiores riscos de mortalidade do mundo, além de um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
 

No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com moradores das capitais do país em 2021, apontou que 57% dos entrevistados estão com sobrepeso e 22% com obesidade. O levantamento também mostrou que apenas 22% da população consome a porção diária recomendada de frutas e hortaliças. A nova formulação das embalagens vem para auxiliar a maior compreensão dos nutrientes e substâncias contidos nos alimentos, a fim de contribuir para a melhora destes índices.

Mas, apenas os alertas mais fáceis de serem lidos não bastam. É importante compreender e saber interpretar as informações contidas nos rótulos. Para auxiliar nesta compreensão, o WW Vigilantes do Peso levantou alguns pontos importantes na hora de fazer compras de produtos embalados ou processados.

“A ciência já comprovou o impacto negativo do alto consumo de açúcares adicionados e gordura saturada. Com isso, muitos países da Europa, EUA e Canadá já possuem essas informações em seus produtos há anos”, afirma Matheus Motta.

Todos os ingredientes na tabela nutricional devem constar em ordem de proporção, sendo o primeiro ingrediente da lista o que está em maior quantidade no produto. O que já indica se a maior parte do que se está comprando é saudável ou não. Muitos alimentos que se apresentam “diet” ou “fit”, na verdade, contém outros tipos de açúcares e adoçantes. Além disso, produtos vendidos como “integrais” podem até conter uma quantidade de fibras, mas, se o primeiro ingrediente listado é “farinha de trigo”, ou seja, a farinha branca, significa que a quantidade de farinha integral é menor.


O valor energético do alimento são as calorias que aquele produto possui, a partir das somas dos carboidratos, proteínas e gorduras. No que diz respeito ao açúcar, a nova medida dita que sejam informados seus os valores totais e a quantidade adicionada ao alimento, ou seja, açúcares fabricados quimicamente, diferente do açúcar natural, que já faz parte dos alimentos e que, ao contrário dos adicionados, oferece baixo impacto nos níveis de glicose no sangue.


Quanto ao sódio, presente no sal, apesar de ser essencial para o equilíbrio dos líquidos no corpo, seu consumo em excesso pode causar retenção de líquidos, levando ao aumento da pressão arterial e uma série de doenças crônicas. Já as gorduras, são normalmente divididas na tabela nutricional com sua quantidade total. Gorduras saturadas, que estão presentes naturalmente em alimentos de origem animal e gorduras trans, ou ácidos graxos trans, que são encontrados em produtos industrializados e não possuem nenhuma função dentro do nosso organismo, aumentando o risco à obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.

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