Pesquisadores questionam a eficácia do adoçante e relacionam o seu uso com a incidência de outras doenças, incluindo cáries e pré-diabetes.

Com o objetivo de alterar o valor calórico e o aumento do índice glicêmico, o uso do adoçante sempre beneficiou uma parte da população, como os diabéticos, por exemplo. Mas, recentemente, pesquisadores de Harvard questionaram o fato do seu consumo estar sendo feito por pessoas que não possuem a necessidade de substituir o açúcar pelos adoçantes, ocasionando sérios problemas de saúde, a longo prazo.

O primeiro grande argumento para esse consumo desenfreado está no consumo de bebidas diet e em alimentos industrializados, rotulados como diet / sem açúcar. Segundo a nutricionista Vilma Marques, é preciso ficar atenta com estas trocas e principalmente com o seu consumo. “Não é porque o alimento é diet que você não deve se atentar a quantidade ingerida. Uma colherzinha de açúcar no cafezinho é uma coisa, quinze gotas de adoçante, é outra”.

A facilidade versus a oferta também seduz a população que começa a enxergar o consumo destes alimentos como fundamental para uma dieta. Porém, a quantidade de substâncias artificiais envolvidas na produção dos adoçantes gera outros agravantes. Os produtos mais conhecidos são produzidos com substâncias químicas sintéticas que estimulam receptores de sabor doce na língua e chegam a ser 300 vezes mais doce que o açúcar, já os adoçantes naturais, como stevia e xilitol, ainda são comercializados por um valor pouco acessível, dificultando o seu uso. E mesmo assim, alguns deles são contraindicados para grupos específicos, o que inclui os intolerantes a lactose, hipertensos, e para alguns portadores de doenças raras.

Cada grama de açúcar apresenta 4kcal, e ao reduzir o seu consumo, teremos um saldo positivo sim. Mas é importante destacar que o problema do uso dos adoçantes, está na quantidade. “Existem diversos estudos para verificar a questão da compulsão alimentar causada pela falta de açúcar no organismo, assim como o agravamento de doenças neurológicas. Ou seja, moderação é a palavra de ordem para quem deseja uma vida saudável longe de doenças”.


Vilma Marques é formada pela faculdade de Medicina do ABC, é nutricionista do Hospital Dom Alvarenga. Responsável pela avaliação nutricional dos pacientes da Instituição, a profissional possui experiência no atendimento ambulatorial de adultos, idosos e adolescentes com transtornos alimentares.

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