Biquíni novo, depilação em dia, protetor solar na bolsa e muita disposição para curtir dias mais quentes. Mas aí você olha no espelho e aquela pele sobrando ou aqueles furinhos indesejados acabam com seu bom humor! A boa notícia é que dá para prevenir e atacar esses verdadeiros vilões do verão para exibir o corpo à vontade, com tudo no lugar! 

Muita hidratação, água na medida certa, alimentação balanceada e exercícios físicos: a conhecida receita de saúde também ajuda a prevenir essa dor de cabeça, mas se o estrago já está feito, tratamentos de última geração combinados conforme o grau de flacidez ou celulite podem melhorar muito e até acabar com o problema.

Dá para escolher entre procedimentos minimamente invasivos e até soluções cirúrgicas, ou uma combinação dos dois, conforme o grau de flacidez e celulite e os objetivos estéticos de quem quer mostrar o corpo sem preocupação. 

Xô flacidez! Tudo firme até na hora do “tchauzinho”

Seja pequeno, moderado ou amplo, qualquer nível de flacidez incomoda e pode até mesmo afetar a autoestima. “Qualquer intervenção estética passa por essa análise muito particular da insatisfação da paciente com sua aparência e seu corpo, é a partir daí que vamos recomendar os melhores procedimentos, sempre com segurança e preservando a saúde”, diz o cirurgião plástico Leandro Faustino. “É por isso que cada tratamento é muito individual, combinando uma série de técnicas de última geração para potencializar resultados”.

O especialista explica que entre os principais motivos para a flacidez estão o detestável efeito sanfona com a variação de peso, o estiramento da pele na gestação e causas genéticas, que afetam a produção do colágeno. “Como medida preventiva, o ideal é, desde cedo, manter uma alimentação saudável, tomar líquidos corretamente, hidratar a pele e evitar o excesso de sol, por isso vemos que a idade não é um fator determinante, tenho, por exemplo, pacientes na faixa dos 40 anos sem nenhuma flacidez e outras com alto grau”.

Avaliada a extensão do problema, é hora do ataque. “Podem ser utilizados procedimentos minimamente invasivos ou cirúrgicos, ou uma combinação dos dois”, esclarece o cirurgião plástico. “No primeiro caso, em geral recomendados para níveis menores de flacidez, usamos produtos injetáveis, como os ácidos poliláticos, ou fios de polidiaxanona (PDO), ou ainda o laser”, revela. “São tratamentos rápidos e mais práticos, que não precisam de hospital ou cirurgia, mas que têm uma retração de pele muito inferior ao tratamento cirúrgico, às vezes de até 10% da retração de pele com o tratamento cirúrgico”, orienta. 

“No lado cirúrgico temos uma gama de opções, e o que sabemos é que o corte da pele sobressalente é 100% eficiente, como ocorre na abdominoplastia, ou braquioplastia. São procedimentos que zeram a flacidez da pele, porém incluem grandes cicatrizes, então, sempre temos que pesar o objetivo da paciente”, ressalta. “No meio do caminho temos ainda as tecnologias como a lipolaser, radiofrequência bipolar e o plasma, com retração de pele esperada entre 30% e 50%”. 

Claro que o que todo mundo quer é resultado rápido, mas muita calma nessa hora! “Todo procedimento precisa de multiplicação de colágeno e o tempo biológico da molécula de colágeno é de três meses, então, a gente vê um pico de resultado a partir desse prazo desde a intervenção”, afirma Leandro Faustino. “Nos tratamentos minimamente invasivos, o colágeno também é estimulado e produzido em excesso, daí a pele fica mais bonita, só que o próprio organismo tem um trabalho de reestruturar aquele colágeno, então, é comum que depois de um ou dois anos o procedimento tenha que ser refeito, a escolha sempre depende das preferências de cada um”.

Celulite: por que afinal só as mulheres sofrem isso literalmente na pele?

A culpa é da anatomia, segundo o dermatologista Fernando Macedo. “Cerca de 75% das mulheres possuem os septos – ou seja, as fibras que unem a pele ao músculo – posicionados de maneira vertical, o que permite a formação de nódulos de gordura entre eles e confere aquele aspecto ondulado”, diz. “Nos homens isso não acontece porque os septos estão na posição horizontal ou diagonal, então a gordura fica retida abaixo deles e não aparece na superfície da pele”. 

O especialista explica que em algumas sortudas esses tais septos são mais entrelaçados, mais parecidos com a anatomia dos septos masculinos, por isso a celulite não aparece tanto, mas isso não significa que estão livres do problema: “Mesmo quem não tem a celulite quando mais jovem, tem grande probabilidade de ter a partir dos 40 ou 50 anos, porque conforme a idade, a derme, que é essa espécie de colchão formado por septos, vai ficando mais fina e não tão eficiente para barrar a gordura”, destaca Macedo. “Estima-se que 90% das mulheres – e esse valor pode ser mais alto ainda – após a puberdade vão ter celulite”.

A anatomia pode não ajudar muito nessa questão, mas outros fatores de risco contribuem para agravar a celulite. “Estudos apontam também que os hormônios chamados catecolaminas, que são produzidos pelas glândulas suprarrenais como resposta do organismo às situações de estresse, também  podem contribuir alterando a circulação local e a degradação da gordura. Então, alimentação ruim, consumo de bebidas alcoólicas e cigarro podem ser, sim, parte do problema, porque induzem a formação desse hormônio”, aponta Macedo. “O emagrecimento pode melhorar o aspecto, mas nem sempre isso acontece, devido às várias causas envolvidas, tanto é que vemos pessoas magras com celulite e pessoas bem acima do peso com a pele lisinha”.

Classificando o grau de celulite 

O dermatologista ensina como classificar seu grau de celulite, que pode variar de 1 a 4:

Grau 1 – não há ondulações e irregularidades com a pele em repouso, e apenas ao comprimir a pele podem surgir ondulações ou furinhos discretos;

Grau 2 – as ondulações e irregularidades já são percebidas com a pele em repouso;

Grau 3 – é quando além das ondulações e furinhos, já existem os chamados nódulos, áreas um pouco mais endurecidas e evidentes no relevo, eventualmente com uma protrusão (escape) da gordura para fora da derme, provocando aquele relevo;

Grau 4 – quando existe uma grande presença de nódulos, a celulite tem um aspecto duro, tem inchaço, comprometimento da circulação, e a pele fica com aspecto acolchoado, popularmente comparado a cascas de laranja.

Foi lá no espelho avaliar seu grau e detectou a danada? Nada de sentar e chorar, é hora de resolver! 

O dermatologista Fernando Macedo enumera as melhores e mais avançadas opções de tratamento. “O laser e a radiofrequência podem ser associados aos bioestimuladores, como os ácidos poliláticos e a hidroxiapatita de cálcio, que são substâncias diluídas no momento da aplicação e injetadas logo abaixo da derme, onde estão as células de gordura”, descreve. “É uma combinação que proporciona um nivelamento da pele tanto pela destruição das células de gordura quanto pela contração gerada pelo aquecimento térmico e pela redensificação da derme”, enumera. “A paciente vai vendo o resultado após um, dois ou três meses de sessões, que é quando se chega ao resultado final, de médio prazo”.

Macedo reforça que isso tudo pode ainda ser associado às terapias por ondas de choque, que fazem o impacto mecânico. “São aparelhos que foram desenvolvidos inicialmente para tratar lesões em atletas, em músculos e tendões, e aí se percebeu que melhoram a celulite, pois levam a um aumento da circulação e de colágeno novo e, talvez, até do impacto na própria gordura com lipólise, processo que provoca a morte das células de gordura”, indica. “Já existe até equipamento que reúne impacto mecânico e radioterapia na mesma aplicação”.

Outra opção para corrigir essas depressões é o preenchimento com ácido hialurônico, que tem o efeito imediato de corrigir esses furinhos, mas não é exatamente um tratamento de toda a área e vai durar cerca de nove meses a um ano, que é quando o ácido será reabsorvido. Também há uma pequena formação de colágeno em volta desses preenchedores, de acordo com o dermatologista. 

Para quem tem celulite grau 3 e 4, existem soluções mais poderosas. “Uma delas é a subcisão, com a incisão do instrumento cirúrgico embaixo da pele para cortar as fibras que tracionam aquele local”, revela Macedo. “Geralmente se forma um hematoma que pode durar de duas a três semanas e não pode se expor ao sol, mas o resultado é rápido, em alguns dias você já vê a diferença”, assegura. “Pode ainda ser usada a injeção de substâncias chamadas esvaziadoras, que também promovem lipólise, aplicadas em áreas onde a presença de nódulos é maior e há a protrusão de gordura para fora da pele. Algumas sessões já dão um resultado a curto e médio prazo, a cada sessão é possível ver a diminuição do volume de gordura”.

Em alguns casos, lembra o especialista, também são recomendados, com sucesso, o microagulhamento com radiofrequência em vários níveis de profundidade – que faz o estímulo dérmico para tensionar a pele e a lipólise – e o ultrassom micro focado ou macro focado, com ponteiras mais profundas, chegando até a 13mm abaixo da pele, que, da mesma forma, produz o estímulo dérmico, com as ponteiras mais superficiais, o tensionamento dos septos e a diminuição de células de gordura na atuação mais profunda. 

Para situações específicas, a lipoaspiração, recurso hoje mais que aproveitado não só pelas mulheres mas também pelos homens, também dá aquela força. “É um procedimento invasivo, mas quando será tratada uma área maior, não só a gordura localizada, ela pode contribuir igualmente para diminuir a celulite”, revela Macedo. “Nesse caso, é mais interessante associar a laserpólise, onde usamos a fibra ótica do laser dentro da pele durante a lipoaspiração”, recomenda. Com o aquecimento, a gordura derrete, fica mais fácil a retirada pela cânula, e o calor já estimula a produção de colágeno, conferindo uma melhor retração da pele”, completa.

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