Imagina acordar pela manhã e ao se olhar no espelho se deparar com aquela acne em destaque no seu rosto. Chateação na certa. Mas o fato é que, além da questão estética, a famosa “espinha” não está ali por acaso. Aliás, ela pode simplesmente aparecer devido às questões psicológicas.
De início, é importante entender que a acne não é simplesmente uma saliência na pele. De acordo com o médico dermatologista Dr. Rafael Soares, do ponto de vista psicológico, ela pode ser muito mais preocupante do que se imagina. “Para se ter ideia, ela é uma das cinco doenças que mais induz ao suicídio. Nós temos uma escala de risco de suicídio, que são as cinco principais doenças que a pessoa pode ter um risco maior de cometer isso quando apresenta elas. E a acne faz parte deste grupo”.
Além disso, o especialista fala que “é preciso entender que os pacientes com ansiedade ou depressão mais severa também tendem a ter uma alteração muito grande de sua alimentação. E quando a pessoa ingere aqueles alimentos mais inflamatórios, como os ricos em derivados de leite, ou os carboidratos com alto índice glicêmico, isso também pode desencadear a acne. Então, é importante lembrar que não é o fator psicológico que desencadeia a acne; ele na verdade leva a um comportamento que pode provocar ou piorar esta questão no corpo”.
Dr. Rafael revela também que o estresse pode ser um potencializador para a pessoa desenvolver acne. “Ele faz com que exista uma alteração hormonal em nosso corpo levando ao pico do cortisol. E este, quando persistentemente alto, causa o surgimento da acne por inflamação e mudança do conteúdo das glândulas sebáceas”. Para se ter uma ideia, existe uma doença que é chamada de Síndrome de Cushing, “que é provocada quando os níveis de cortisol são mantidos em níveis muito altos persistentemente. E uma das características dessa enfermidade é justamente a pessoa ter acne”, acrescenta o médico.
Se a origem da acne é emocional, até o tratamento deve ser diferenciado, orienta o dermatologista. “A principal diferença no tratamento da acne agravada ou causada por situações emocionais é que tudo que nós fizermos para lidar com acne comum pode dar um resultado frustrante. Então, para que a pessoa tenha alguma melhora, sem ter recidiva do quadro muito rapidamente, precisamos melhorar aquela situação que interfere diretamente com a acne”.
Quando se fala no estresse, “precisamos lidar com ele através de atividade física, alimentação saudável, meditação, ioga, viagens e há casos também que é necessária a psicoterapia”, complementa Dr. Rafael.
No caso de doenças como a depressão e a ansiedade, Dr. Rafael Soares destaca ser fundamental a psicoterapia associada a alguns ativos naturais ou medicamentos que melhorem essa condição de base. “Por outro lado, é importante ter cuidado no tratamento daquelas pessoas que possuem algum distúrbio comportamental ou psicológico (como ansiedade, depressão ou estejam com níveis de estresse muito elevado), especialmente sobre o tratamento clássico com o Roacutan”.
Mas atenção: “Sobre esse medicamento, apesar de ter uma relação muito fraca e não comprovada com alterações de humor, é preciso considerar que a própria bula fala que pode levar a alterações de humor. Então, se isso pode acontecer, é melhor evitar isso nos casos em que notamos esta questão de forma mais severa”, reforça o médico.
Estresse ou ansiedade, o fato é que estes fatores podem agravar a presença da acne na pessoa. “Normalmente afeta as pessoas que dormem mal, seja pouco ou muito. Além disso, elas se alimentam mal, com alimentos inflamatórios, industrializados, com alto índice glicêmico e gorduras saturadas. Esses elementos inflamam o organismo e inflamam a pele, causando a acne”, finaliza o especialista.
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