Apesar dos nomes parecidos, procedimentos buscam objetivos muito diferentes com a gordura corporal. Para especialista, paciente precisa decidir o quê busca para escolher o melhor procedimento.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são realizados no Brasil cerca de 83 mil procedimentos por mês. O inverno é o período onde se aumenta em 50% a procura por cirurgias plásticas, e duas das operações mais buscadas para um corpo diferente no verão são a lipoaspiração e a lipoescultura. Mas qual a diferença entre eles? Apesar dos nomes parecidos, não são a mesma coisa. O cirurgião-plástico brasiliense Dr. Sérgio Morum explica que é necessário saber o quê são os procedimentos antes de escolher. “Lipoaspiração consiste na retirada de células gordurosas através de cânulas finas. Já a lipoescultura é a injeção, ou enxertia, dessas mesmas células em regiões do corpo menos favorecidas de gordura na pessoa em questão, como glúteos, face, lábios e panturrilhas.”
Com a popularização dos procedimentos, casos envolvendo mortes de pacientes enquanto os procedimentos eram realizados vieram à tona, principalmente pela imprensa. Os riscos envolvidos nas operações hoje são os mesmos de cinco anos atrás. “Os perigos continuam. Risco de perfuração de vísceras abdominais quando realizada por profissionais não capacitados é o principal. O uso de cânulas finas e de ponta romba, que são não cortantes diminui os riscos de resultados inestéticos. Existem atualmente cânulas que vibram ou que emitem calor, são consideradas modernas, mas nas mãos de cirurgiões inexperientes podem causar queimaduras na pele.”
Os cuidados para evitar complicações também dependem de outros profissionais. “É imprescindível drenagem linfática no pós-operatório, realizada por um fisioterapeuta especializado em dermatofuncional. Se a drenagem não for bem feita, a paciente poderá evoluir com fibroses, que são irregularidades na pele, e ficar estigmatizada. O cirurgião-plástico é responsável pela cirurgia e o fisioterapeuta é responsável pelo tratamento do seroma, que é o líquido que se acumula onde estava a gordura, e das possíveis fibroses.”
Além desses cuidados, a disciplina do paciente é fundamental para a recuperação, com o uso de uma cinta durante três meses, além da abstenção de atividades físicas. “Pacientes que não usam a cinta corretamente e que não fazem drenagem linfática com profissional qualificado correm um enorme risco de desenvolver fibroses no pós-operatório”.
Tanto paciente quanto profissional devem se encher de diversos cuidados antes, durante e após a cirurgia. “O cirurgião deve estar capacitado para realizar o procedimento e sempre lembrar que lipoescultura não é cirurgia emagrecedora e sim de definição de contornos corporais. Já o paciente deve procurar um profissional experiente, fazer exames pré-operatórios, esclarecer todas as dúvidas, se informar sobre riscos e complicações.”
Dr. Sérgio Morum é cirurgião-plástico no Complexo Brasil XXI em Brasília/DF.
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