O clima seco é um desafio recorrente em várias regiões do Brasil, especialmente durante os períodos de estiagem, como tem sido o caso em 2024. Com a redução significativa da umidade do ar, muitas áreas, incluindo estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, estão enfrentando longos períodos sem chuva, impactando diretamente a saúde da população, inclusive a condição da pele, o maior órgão do corpo humano. Combinado com altas temperaturas, esse cenário exige cuidados específicos para manter a pele saudável.

A seca prolongada que afeta o país tem consequências visíveis tanto no ambiente quanto na saúde das pessoas. De acordo com o site de monitoramento IQAir, São Paulo ocupou o primeiro lugar no ranking de qualidade do ar nas primeiras horas da manhã do dia 9 de setembro, com um índice de 162, onde valores mais altos indicam uma piora na qualidade do ar. A falta de umidade no ar pode provocar uma série de desconfortos físicos, como ressecamento da pele, descamação, rachaduras e até complicações dermatológicas mais graves, como dermatites.

Para evitar esses problemas, é essencial adotar hábitos que ajudem a preservar a hidratação. Uma das principais dicas é o uso de hidratantes, que devem ser aplicados diariamente, especialmente após o banho. “Cremes e loções com ácido hialurônico, esqualeno e aquaporine são especialmente eficazes, pois ajudam a reter a água na pele e reforçam sua barreira natural contra o ressecamento”, destaca a Coordenadora do curso de Estética e Cosmética, Paula Mota. O uso de óleos corporais também pode ser uma boa alternativa, desde que combinados com a hidratação adequada.

Além dos hidratantes, a hidratação interna é igualmente importante. Em climas secos, a pele tende a perder mais água, o que agrava o ressecamento. Por isso, beber água regularmente ao longo do dia é fundamental para manter o corpo e a pele hidratados. É recomendado uma ingestão mínima de dois litros por dia, mas essa quantidade pode variar dependendo das necessidades individuais, peso e da exposição ao clima seco.

Outro ponto importante é evitar banhos muito quentes e prolongados, que podem remover a camada protetora natural da pele, tornando-a ainda mais suscetível ao ressecamento. Optar por banhos mornos e usar sabonetes suaves, que não agridam a pele, são medidas que ajudam a preservar sua umidade. O uso de protetor solar também é indispensável, mesmo em dias nublados ou em ambientes fechados, pois os raios ultravioletas contribuem para o envelhecimento precoce e o ressecamento da pele.

A seca no Brasil também tem impactos na saúde respiratória, que indiretamente afetam a pele. O ar seco pode agravar alergias e doenças respiratórias, como a asma, levando ao uso constante de medicamentos que, por sua vez, podem tornar a pele mais sensível. Por isso, além dos cuidados tópicos, é importante controlar a umidade no ambiente, utilizando umidificadores de ar, toalhas molhadas ou recipientes com água espalhados pela casa para melhorar a qualidade do ar.

No caso de pessoas que sofrem com problemas dermatológicos, como psoríase ou eczema, o clima seco pode agravar a situação. Nesses casos, é aconselhável consultar um dermatologista para obter orientações sobre produtos específicos e tratamentos adequados. Muitas vezes, tratamentos à base de corticoides e hidratantes mais potentes são necessários para controlar crises durante o período de intensa seca.

Os cuidados com a pele no clima seco devem ser constantes e integrados a uma rotina de saúde geral. “A combinação de bons hábitos, hidratação adequada e proteção contra os efeitos do sol e da poluição pode ajudar a minimizar os danos causados pela seca e a manter a pele saudável durante os períodos de estiagem, que têm se tornado mais frequentes no Brasil”, finaliza a especialista.

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