A manicure Josiane Reis de Souza, de 41 anos, registrou uma notícia-crime contra a empresa Ômegafix, ao usar uma pomada para tranças no último sábado (19), e após de ter mergulhado em uma piscina, o produto escorreu para os olhos e a mulher sofreu queimaduras nas córneas.
Ao saber sobre o caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) instaurou um inquérito para investigar. As informações são do iG.
De acordo com o órgão, “o produto Ômegafix Pomada para Tranças se enquadra na definição de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, regulados pela Resolução RDC 7, de 2015. Porém, o produto da empresa Ômegafix não está regularizado na Anvisa. Não foi encontrado processo de regularização deste produto na Gerência de Cosméticos da Anvisa”.
Segundo Josiane, essa foi a segunda vez que usou a pomada e mergulhou na piscina, mas não aconteceu nada na primeira vez. “No sábado, quando mergulhei, saí da água e comecei a ver tudo esbranquiçado, como se estivesse no meio de fumaça. Na hora, achei que era o cloro”.
A manicure disse que como o problema persistiu, no domingo (20), foi a um posto de saúde. “Lá me deram uma medicação que não adiantou nada. Fui, então, para o (hospital municipal) Moacyr do Carmo (em Duque de Caxias). Lá me orientaram a procurar o Hospital do Olho. Nos lugares onde passei, ouvi relatos de casos semelhantes ao meu. Só no Hospital do Olho me falaram que eu era a quinta mulher a aparecer lá relatando a mesma coisa.”
Atualmente, Josiane está usando lentes de contato nos dois olhos. Mesmo assim, ainda não consegue enxergar direito e sente dor e ardência. “Eu estou com medo, até porque dependo da minha visão para trabalhar. Depois que eu voltar a enxergar, vou ver com a minha sobrinha, que foi quem trançou meu cabelo, onde ela comprou a pomada. Vou correr atrás de justiça”, disse.
O jornal O Globo localizou um homem, identificado apenas como Tito, que afirmou trabalhar para a fabricante da Ômegafix Pomada para Tranças. Por meio do WhatsApp, ele enviou alguns áudios e disse que a responsabilidade é do profissional que utiliza o produto. Porém admitiu que não há nenhum aviso na embalagem sobre o risco de molhar os cabelos.
“O que eu posso dizer para você é o seguinte: esse produto é para ser usado no cabelo e não nos olhos. E outra coisa: ele é para usar no cabelo do negro. Isso aí não é lavado em piscinas. As mulheres precisam tomar cuidado ao entrar na piscina. Isso não sou eu que tem que falar. O profissional que faz a trança tem que passar para a pessoa. O profissional que não passou isso para ela.”
“A pessoa vai para a piscina, vai para o chuveiro. E infelizmente o produto vai sair. Não existe uma pomada que não saía. O cuidado que tem que tomar é: não pode molhar a cabeça”, relatou em um trecho dos áudios.
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