Uma mulher, de 38 anos, que trabalhava como cuidadora de idosos, ficou com o glúteo esquerdo deformado após receber uma injeção em um pronto-socorro de Santos, em São Paulo.

Segundo o G1, Bruna França Sobral conta que sentiu falta de ar e decidiu ir ao hospital por medo de ser Covid, no dia 7 de janeiro. “Mas lá, não constou febre nem nada, disseram que eu tinha asma, sendo que nunca havia sido diagnosticada na minha vida. Então, o médico me receitou um corticoide nas nádegas”, explica. Ela disse que está indignada e abalada com a situação.

De acordo com as informações, após a enfermeira aplicar a medicação, Bruna passou a sentir ardência no glúteo. Ela conta que passou o dia seguinte com uma dor forte e que só aumentava. O bumbum foi inchando e ficando cada vez mais vermelho. “Antes de ela aplicar, eu perguntei ‘você não está aplicando muito abaixo?’, e ela me respondeu ‘você quer fazer?’. Então, fiquei quieta. O atendimento é desumano por parte de algumas pessoas ali”, afirma.

Ela então retornou à UPA e recebeu uma benzetacil no outro glúteo. “Não adiantou nada, e só foi piorando e criando pus. Fui a semana inteira na UPA, e em nenhum momento nenhum médico pediu exame de sangue”, relata.

Após não aguentar mais de dor e febre, a paciente procurou atendimento particular e foi lá que foi internada. “A médica do hospital particular disse que eu estava com uma infecção grave e também precisaria tomar remédio intravenoso. Eu consegui ficar alguns dias no hospital, mas não teria dinheiro para pagar mais dias, então, fui liberada para terminar o tratamento em casa”, conta.

Foto: Divulgação Arquivo Pessoal

Bruna também relata que, depois do atendimento particular, devido às dores, teve que retornar à UPA. “Ardia, eu gritava, era uma dor muito forte, que eu não aguentava mais. Quando o ferimento abriu, eu voltei à UPA, porque não tinha mais dinheiro para retornar no particular. Fiz mais exames, depois, fui no posto de saúde, e lá fui orientada sobre o tratamento adequado, que teria pelo SUS, e comecei a encontrar pessoas que me ajudaram na Policlínica José Menino”, conta.

A cuidadora disse que está fazendo acompanhamento médico e aguarda retorno em consulta para saber seu estado de saúde. O último ultrassom apontou que há um cisto e líquido ainda na área infeccionada. “Meu bumbum, do lado esquerdo, parece que está amassado, está com uma cicatriz horrorosa. Eu até perdi o emprego, porque não aguentava ir trabalhar com dor. Isso não é justo, o nosso sistema de saúde pública precisa melhorar”, afirma. 

Ao G1, a organização social responsável pela gestão da UPA Zona Noroeste, a SPDM, disse que nos atendimentos feitos, não foram constatadas complicações na paciente. E não é possível afirmar que a lesão que ela apresenta seja por um erro na aplicação do medicamento. A Secretaria da Saúde de Santos informou que a paciente é acompanhada em outra unidade hospitalar.

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