O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) denunciou o falso médico que amputou a perna de um paciente ao Ministério Público Federal (MPF). As informações são do G1.
De acordo com o órgão, Gerson Lavísio, tentou aplicar uma fraude ao pedir um registro médico ao Conselho com um falso diploma de medicina. O homem também é investigado pela Polícia Civil por exercício ilegal da profissão.
Segundo as informações, o falso médico atuava como médico-chefe em um acidente envolvendo três caminhões, que deixou uma das vítimas comas as pernas presas nas ferragens, e passou a ser investigado nesta segunda-feira (14), depois de ser flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um CRM (registro profissional) falso, em nome de outro profissional, que já havia falecido. Na delegacia, segundo a Polícia Civil, ele confessou não ter formação médica.
O Fantástico informou que Gerson trabalhava como médico socorrista, contratado por uma empresa terceirizada. Ele estava de plantão em uma base em Lavrinhas, no interior de São Paulo e, ao chegar, segundo testemunhas, determinou a amputação da perna da vítima, um caminhoneiro, ainda na estrada.
Os colegas que trabalhavam na estrada com Gerson, contratado no início de março, ficaram desconfiados desde o primeiro plantão. Um deles, que não quer se identificar, conta:
“A conduta que ele tomava não era de um médico. Por exemplo, quando é problema de coluna, a gente tem que aplicar um analgésico ou até mesmo um remédio via oral, mas o que que ele fez? Ele aplicou um calmante 10mg na veia. O usuário ficou desfalecido já, não estava nem andando mais. E também teve um paciente que precisou ser suturado. Ele fez a sutura, mas os pontos que ele fez estavam todos irregulares, ele não conseguia fazer o laço do ponto. E fez tudo errado”.
Gerson foi contratado pela Enseg, empresa terceirizada da CCR Rio-SP. Ao G1, a empresa disse que ele apresentou a foto do diploma e do pedido de abertura de registro no conselho, que ainda estava pendente. Sem o registro, ele já não poderia atuar, mas mesmo assim foi contratado.
Antes de fingir ser médico, o rapaz também atuava como pastor e atraía pessoas que buscavam aconselhamento espiritual. Ele também pregava como convidado em algumas instituições religiosas. Gerson também contribuía para viagens missionárias que nunca aconteceram.
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