A cunhã-poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque, de 28 anos, revelou na última sexta-feira (18) que sofreu ameaças de um portal amazonense, após este afirmar que divulgaria um suposto vídeo íntimo da influenciadora, caso ela não deixasse o cargo – chamado no Festival de Parintins de item. As informações são da Revista Quem.
Segundo Marciele, as ameaças começaram com o compartilhamento de uma ensaio que ela fez com outros itens do Boi sugerindo contexto sexual. A publicação reproduziu as “exigências” de perfis locais de fofoca, que já abordavam a cunhã há algumas semanas.
“Sofrer discriminação por ser mulher já é natural na nossa sociedade, algo que lutamos contra todo dia. Um perfil de fofoca de Manaus compartilhou uma foto minha e das meninas já levando para o lado sexual, expondo a gente da pior forma que alguém pode expor uma mulher. Ali já acelerei tudo e contratei advogados para irem para cima desse Insta, e eles apagaram o post, mas continuaram insinuando nos stories que tinham o vídeo. Comecei a desabar por toda a exposição, de gente falando ‘Ela é item de boi, os itens são todos assim’. Isso já foi abalando tanto a mim quanto às meninas na foto. É a maior mentira já inventada sobre nós”, disse.
“A gota d’água foi o que saiu no portal de notícias, com detalhes sórdidos de algo que nunca aconteceu, expondo a mim e a pessoa que está comigo [seu namorado, que ela prefere não revelar o nome]. Entrei em pânico, logo entramos com uma ação para tirar a matéria do ar. A gente passa por situações assim por ser mulher e por ser item”, complementa.
Após receber as ameaças, Jender Lobato, presidente do Caprichoso, deu apoio para Marciele bem como a própria instituição e também da torcida do Garantido.
“Sinto muito orgulho do Boi do qual faço parte. Na primeira ligação que fiz para o Jender, ele me deu total apoio. Ele é advogado, e o Caprichoso também tem um representante legal. O pessoal de Parintins também se movimentou para me apoiar. No mesmo momento eu me senti acolhida. Já me revigorei, estou bem porque estou sendo assistida. Quando eu falo da discriminação dos itens, também falo de outras meninas e até do ‘contrário’. Quando sofre uma, sofrem todas. Representamos um item e, acima de tudo, somos mulheres. Então fiquei muito feliz porque conseguiram enxergar a rivalidade e ver a causa para me apoiar. A união realmente faz a força”, declara.
A cunhã-poranga acredita que as ameaças surgiram com contexto e momento estratégicos, já que há uma semana foi anunciado a volta do Festival de Parintins após a pandemia, que será realizado no último fim de semana de junho.
“Fiquei em choque, abalada, desabei. E olha que eu sou muito forte em relação a isso porque o mundo bovino é discriminado, então já tenho escudo para isso, só que ali eu fiquei sem chão. Era como se fosse uma estratégia do tipo ‘vamos soltar o vídeo e ela vai abandonar o item’. Era para eu sair do Caprichoso, me abalar ao ponto de não conseguir fazer mais minha apresentação. Viram uma oportunidade de abalar tanto minha vida pessoal quanto a profissional, porque é impossível conciliar os dois sem estar bem. A ação judicial é para que não aconteça de novo mais para frente, quando chegar mais perto do Festival”, afirma.
Marciele teme que sua imagem seja comprometida, e acredita que as medidas legais sejam o melhor caminho para reparar o diz já ter sofrido.
“Queremos fazer a pessoa pagar por isso. Uma coisa é alguém falar, a gente vai lá e tenta amenizar a situação. Mas quando se solta algo assim, por mais que se tire, as pessoas já repercutiram e ninguém esquece mais. Vão me olhar e vão lembrar dessa situação, e eu jamais quero que me olhem com esse julgamento de algo que nunca houve”, desabafa.
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