Um menino de 2 anos de idade morreu engasgado com uma tampa de garrafa pet, em Macapá, na tarde da última sexta-feira (7). A criança chegou a ser atendida por uma equipe do Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu.
Segundo o G1, quatro dias após a tragédia, a família materna do pequeno Arthur, diz não ter tido informações sobre a investigação do caso.
Segundo os familiares da criança, o pai, que é delegado da Polícia Civil, não compareceu ao velório e ao enterro do menino, o que, segundo eles, levanta suspeitas sobre as circunstâncias do que aconteceu.
O delegado Carlos Alberto Gomes Pereira Filho se pronunciou sobre o caso pela primeira vez na terça-feira (11), por meio de uma carta de esclarecimento enviada à imprensa.
Ele relata que fez tudo para salvar seu filho e afirma sofrer com as acusações de negligência sobre a morte da criança. Os dois estavam sozinhos no momento do acidente.
“Eu fiz de tudo para salvar a vida do meu filho. Quando ele engoliu a tampinha, estava próximo de mim, e o fez no momento em que eu estava organizando as coisas pós-almoço. Não houve falta de cuidado, ele estava sendo monitorado”, disse o pai.
Ele disse ainda que levou a criança à unidade de saúde mais próxima. “Lá chegando, o médico imediatamente o atendeu. A equipe médica optou por chamar o Samu, que chegou após aproximadamente 30 minutos, o que aumentou ainda mais a minha angústia, já que não sabia o que estava acontecendo com o meu filho. Após a sua chegada a equipe do Samu rapidamente identificou o problema e retirou uma tampinha de garrafa pet das vias aéreas do meu filho. Infelizmente, ele já não apresentava mais sinais vitais”, escreveu.
Na carta, ele explica que não compareceu ao velório e ao enterro do filho em razão das ameaças que estava sofrendo e para não gerar desconforto maior com sua presença no local.
“Quero na oportunidade me solidarizar verdadeiramente com a família. Mas, quero que não se esqueçam que eu também sou a família. Todos estão sofrendo muito, jamais em minha vida gostaria que isso tivesse ocorrido. Não desejo isso a ninguém, eu era o maior interessado em ver meu filho bem. Mas não se esqueçam que sou um pai que assistiu ao seu filho morrer. Não quero dizer que minha dor é maior que a de ninguém, mas também não é a menor”, declarou o delegado.
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