Durante entrevista ao Splash do UOL, a ex-jornalista Ana Paula Padrão, que atualmente apresenta o programa gastronômico ‘Masterchef’, em meio ao domínio do Talibã sob o Afeganistão nos últimos dias, falou sobre sua visita ao país no ano 2000.

A apresentadora falou como conseguiu sair do país, que à época, também estava sendo dominado pelo grupo extremista. Trabalhando na Globo, Ana conta que demorou mais de um ano para tirar o visto.

“Eu fui em junho de 2000, e o Talibã governou entre 1996 e 2001. Estava no auge do fechamento do país. Eram pouquíssimas organizações de ajuda humanitária. As pessoas desistiram de ir para lá porque não recebiam ajuda do governo, se expunham e expunham os seus funcionários a muitos riscos. O país foi ficando realmente abandonado”, disse

O primeiro local que visitou foi a cidade de Jalalabad, onde tiveram que fazer o máximo de registro das imagens, antes de serem retirados do local por um representante do governo que proibiu as gravações.

Foto: Divulgação Arquivo pessoal

Como também não podia ter contato com as pessoas e só filmar instalações do governo palestino, Ana contou ainda que metade do dia filmava com o funcionário do governo, e que na outra, fugia pelos fundos do hotel para filmar com uma câmera escondida.

“Colocaram um cara comigo que não deixava a gente fazer nada. Só deixava a gente filmar as instalações do governo, o museu de Cabul? Filmávamos metade do dia com ele e o resto eu fugia com a Guta pela porta de trás do hotel com câmera escondida para fazer outras coisas”, conta.

Para poder sair do país, a apresentadora teve que mostrar o conteúdo filmado durante estadia no país para o governo. As outras imagens, contudo, precisavam ser deletadas. Com a promessa de entregar tudo no dia seguinte, Ana e sua equipe, fugiram durante a madrugada.

Um guia local adesivou o carro com marcas da ONU para que eles conseguissem fugir do país.

“As punições eram ‘suaves’, como perder a mão, ser apedrejada em praça pública… Foi o momento que mais tive medo. E não queria perder o material que tinha conseguido”, conta Ana.

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