“Beijos de René Magritte” Editora Bar. Janeiro de 2020, o escritor traça mais um poema. Até março do ano seguinte. Um mundo de cabeça para baixo. Só não enlouquece sozinho na capital, pois mantém a escrita em dia. Tenta não falar do fato e empurra versos no cotidiano, que por sua vez, empurra terror sobre a sua solidão metropolitana. É uma queda de braço. Um beijo que não pode acontecer.
O livro cobre um ano de pandemia como existência: esperança, vácuo, pessimista. O final não é feliz. O final apenas é. Com pessoas que amam e tremem. Paulo Castro é médico psiquiatra e psicanalista. Poeta. Dramaturgo, levou sua peça “Red Shoes” para Portugal. Ex colunista, junto com Hilda Hilst e J.Toledo no jornal O Correio Popular da cidade de Campinas. Pontos fortes: diário de uma crise inédita. Poesia. Diário poético da peste. A doença quer entrar . A poesia faz barreira no espírito, alimento anímico. Um ano com as datas exatas sobre os textos. Desafogar. Um grito. Apenas mais um apartamento e uma resistência lírica.
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