Para conscientizar a população e desmistificar todo o preconceito que há em torno da castração e o falso conceito de mutilação do animal e também à violação de escolha dele em procriar.

“Há milhares de anos, os cães e gatos foram domesticados. Todas as escolhas desses animais são feitas pelo tutor, seja na alimentação, no estilo de vida e inclusive, sobre ter ou não filhotes”, afirma a veterinária Carolina Rocha.

Não se trata de mutilação, se o procedimento é realizado de modo correto, com profissionais capacitados, toda a higienização, esterilização, analgesia e os cuidados pós-operatórios necessários. “A cirurgia em nada tem a ver com maus tratos, ao contrário, evita enfermidades e a superpopulação de animais nas ruas”.

Principais benefícios da castração

Para a sociedade

Alternativa mais adequada para o controle populacional de animais abandonados e é claro, para a saúde e bem estar dos bichinhos. O número de cães e gatos em situação de abandono no Brasil não é exato, mas está próximo dos 30 milhões, que não têm alimentação, cuidados com a saúde, proteção, moradia e até sofrem abusos;

Diminuição da incidência de doenças transmitidas de animais para humanos, como a raiva.

Para todos os cães e gatos

A expectativa de vida do animal aumenta, alguns estudos apontam que animais castrados vivem cerca de 10 ou 15% a mais, do que os não castrados;

Nos cães machos

Evita tumores nos testículos, diminui a incidência de câncer de próstata e problemas urinários;

Diminui as chances de contrair o TVT (tumor venéreo transmitido), propagado durante o coito com animais já infectados;

Diminuição da marcação de território (urinar em vários lugares da casa), isso quando o procedimento é feito com o animal ainda jovem.

Nas cadelas

Diminui os índices de doenças transmitidas por meio do coito (cruzamento entre animais), protege da “piometra”, infecção no útero comum naquelas que não passaram pelo procedimento. A prática de castrar também impede tumores de mama e infecções uterinas.

Nos gatos de ambos os sexos

Diminuição da incidência do vírus da imunodeficiência felina (AIDS felina), transmitida por meio de mordidas e arranhões de animais portadores do vírus, que em geral são ocasionados por brigas nas ruas. Quando castrados, eles tendem a sair menos de casa e ficam mais calmos.

Nas fêmeas (cadelas e gatas)

Ausência do cio, que levaria à irritabilidade nas cachorras e miados intensos durante à noite para a gatas.

Quando castrar?

O ideal é que a castração seja feita antes do animal alcançar a maturidade sexual. Nos cães machos, por exemplo, antes dos seis meses, tendo a certeza de que os testículos já desceram até a bolsa escrotal, essa certificação é fundamental, pois quando o filhote macho é muito novo, os testículos ficam localizados na cavidade abdominal.

Nas fêmeas, a castração deve ser efetuada antes do primeiro cio. “Existe um mito de que devemos deixar a cadela ter o primeiro cio, por causa do desenvolvimento, mas não há necessidade. Falamos cada vez mais sobre a castração precoce, então, com 3 ou 4 meses, as fêmeas já podem ser operadas”.

Castração gratuita

Acessar o site do Centro de Controle de Zoonoses do município e seguir todas as recomendações citadas. Após esse primeiro passo, o tutor receberá informações sobre o local para onde será direcionado. É necessário levar os dados do pet, como nome, data de nascimento (ou pelo menos uma referência) e o comprovante de residência do tutor, para que seja feito o documento de identificação do animal e posteriormente, o agendamento da cirurgia.


Carolina Rocha é veterinária, mestre em comportamento animal e fundadora da Pet Ajno. www.petanjo.com

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