Já ouviu falar na Síndrome de  Hulk ou Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)? Este é um transtorno mental que se caracteriza por comportamentos agressivos e descontrolados ou violência exacerbada às situações.    

“O TEI se manifesta por reações desproporcionais a situações cotidianas, como perder as chaves ou ser fechado no trânsito”, explica o psicólogo Filipe Colombini. “Essas reações podem incluir ataques de raiva, taquicardia, sudorese, pupilas dilatadas e impulsos agressivos, tanto físicos como verbais”, conclui.

Em média, os episódios duram cerca de trinta minutos e, em muitos casos, os gatilhos não são facilmente identificáveis, o que dificulta a compreensão e o controle da pessoa afetada. Muitas vezes, o indivíduo afetado pode se sentir envergonhado, depressivo ou angustiado após a crise.

Com uma prevalência maior entre homens, o TEI pode ter início na infância ou adolescência e persistir até a fase adulta. “Além dos sintomas físicos e emocionais, as consequências do transtorno se refletem em diversas áreas da vida do indivíduo e prejudica sua qualidade de vida e interações sociais”, diz o especialista. “Além disso, a pessoa tem uma maior tendência a se envolver em situações que levam a complicações sob o ponto de vista legal e até mesmo à prisão”, completa.

Como deve ser o tratamento para o TEI?

A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), é uma das abordagens mais recomendadas para o tratamento do TEI. Segundo Colombini, “a TCC ajuda a desenvolver habilidades de regulação emocional e controle dos impulsos. São utilizadas técnicas específicas, como respiração, relaxamento e estratégias para a identificação e manejo de gatilhos”. 

É também possível associar o uso de medicamentos prescritos por um médico psiquiatra, para ajudar a reduzir a intensidade dos impulsos agressivos.

Além disso, técnicas como o uso de banhos gelados, manipulação de gelo e exercícios físicos podem contribuir para a diminuição da frequência cardíaca e regulação emocional. Colombini também aponta a importância de um acompanhamento terapêutico (AT), que propõe intervenções fora do consultório, nos ambientes familiares ao paciente, para o desenvolvimento de habilidades práticas.

“O tratamento adequado não só melhora a qualidade de vida do paciente como também previne situações perigosas e protege as pessoas ao seu redor”, diz o psicólogo. “Na ausência de tratamento, o transtorno pode levar a um isolamento crescente, conflitos familiares, e, em casos mais graves, a ideias de autoagressão e suicídio”, finaliza.

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