Será que outras mulheres se sentem assim? Apesar de terem seguido a vida e conquistado seus objetivos, existe alguém que pode se desestruturar tanto por uma paixão do passado? Estas perguntas perturbam constantemente a cabeça da protagonista de Uma parte do meu coração, romance escrito por Helô Delgado.
Na obra, publicada pela Qualis Editora, a autora narra com riqueza de detalhes a história de Lúcia, e exala sensações tão presentes como a dor que persiste em ficar após a partida de seu primeiro namorado, Saulo.
Ele não me deu um tapa na cara, mas o efeito é o mesmo. A faca foi enfiada e torcida bem no meio do meu esterno. Com a boca aberta e os olhos arregalados, solto um grito animalesco e dolorido. É como se todas as minhas vértebras fossem quebradas, uma a uma, sufocando e fincando meus órgãos internos. Milhões de agulhas alfinetam meu crânio e mal consigo ver o que está a um palmo da minha frente. Fecho os lábios e permito que as lágrimas encharquem meu rosto.
(Uma parte do meu coração, p. 34)
Entre flashbacks e os dias atuais, Helô conta que a vida da personagem seguiu mesmo depois do baque sentido ao saber que perdeu o amor de sua vida à indústria pornográfica. Porém, após 20 anos, um casamento, uma filha e muitas realizações, as amarguras não foram superadas.
A narrativa caminha para um evento da turma escolar, que acaba por trazer uma visita inesperada e temida, Saulo. Nesse reencontro inusitado, Lúcia precisará lidar com os sentimentos do passado, e esse momento pode ser um desfecho para a história que nunca acabou dentro dela. Ou, então, um recomeço para um amor que poderá ressurgir após de um hiato angustiante. Será que eles ainda são mesmo a pessoa um do outro?
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