Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que outras doenças, como o câncer e a AIDS. E, o fato de o suicídio ainda ser um tabu e as pessoas pouco falarem sobre ele, contribua para o aumento de casos, já que pesquisas comprovam que uma simples conversa pode trazer grandes resultados. No lado espiritual, especialistas explicam que muito dessa situação tem a ver com os espíritos obsessores.
O processo obsessivo dos espíritos sobre as pessoas, sempre se inicia pela sintonia mental. Os chamados “encostos”, que são espíritos que simplesmente “usam” as suas vítimas para algum proveito, quando elas possuem algum desvio moral (alcoolismo, drogas aditivas etc.), são geralmente interrompidos pela simples mudança de comportamento do indivíduo. Uma vez rompido a “ponte” de ligação (que era o vício), o obsessor perde a possibilidade de “vampirizar” a sua vítima.
“Eles, os espíritos, estão lá, mas também costumam estar aqui, entre nós. Muitas vezes atraídos por nossos hábitos ou vícios, com o intuito de ainda usufruir de prazeres materiais. Ou então vinculados afetiva e energeticamente a encarnados com quem conviveram em outras existências. Pessoas que estejam fragilizadas emocionalmente, com quadro depressivo, podem ser manipuladas com maior facilidade. Faz sentido, num mundo de provas e expiações, onde nunca estamos sós e onde arregimentamos pessoas mais ou menos afinadas conosco, que haja esse tipo de situação. Seria em alguns casos uma perseguição sistemática, a partir do plano astral. Se eu tenho alguém no plano espiritual que não gosta de mim, é alguém que eventualmente me percebendo vulnerável à ideia do suicídio poderá me encorajar a cometer o autoextermínio. ”, comenta a psicanalista Kélida Marques.
Kelida reforça que não há uma fórmula mágica, prevenção, ou algo parecido para quem pensa em tirar a própria vida, mas elenca alguns fatores que contribuem para que esse pensamento ganhe força. Vulnerabilidades, as relações com pai e mãe (na primeira infância), as relações com o mundo exterior (escola, trabalho e sociedade) e fatores como os que estamos vivendo no último ano (medo, insegurança, luto coletivo, desemprego).
“Existem diversos fatores que podem contribuir com isso, há inclusive aqueles que defendem que o suicida nasceu pré-disposto a cometer esse ato contra si, então, o que sempre procuro evidenciar é que se a pessoa possui pensamentos suicidas, nesse momento, para esse indivíduo, se ninguém o ouvir, o universo está ajudando a concretizar essa ação e por isso, é importante convidá-lo para se abrir, sem julgá-lo ou menosprezar os seus sentimentos” – reforça a psicanalista.
Além de conversar, Kélida Marques traz um compilado de sinais importantes para que as pessoas fiquem alerta e olhem com carinho para o próximo, tentando afastar, sempre que possível esse sentimento de inferioridade. Confira:
- Apresentar comportamento retraído, dificuldades para se relacionar com família e amigos;
- Ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais, transtornos de humor (depressão, bipolaridade), transtornos de comportamento pelo uso de substâncias psicoativas (álcool e drogas),
- Sofrer mudanças nos hábitos alimentares ou de sono.
- Apresentar sentimentos de solidão, impotência e desesperança;
- Escrever cartas de despedida;
- Falar repentinamente sobre morte ou suicídio;
- Apresentar irritabilidade, pessimismo ou apatia.
Além disso, Kelida reforça que as tentativas de suicídio nunca devem ser ignoradas e mesmo sendo um tema incômodo, convidar o outro a refletir sobre aquele ato é importante para que não haja repetição. “Neste momento, jamais interrompa o relato do outro, procure não expressas reações e converse de forma clara e objetiva e oriente-a a procurar ajuda especializada. Mas o mais importante é que ela se sinta acolhida e perceba que alguém se importa com ela” – conclui.
A psicanálise tem um papel importante nesse importante na descoberta e compreensão dos processos psíquicos, já que atua diretamente neles, fazendo com que a pessoa assuma o papel de condutor da sua própria vida, por uma ótica diferente.
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