O estresse está muito presente na vida dos adultos, mas isso não quer dizer que algumas crianças não possam sofrer com isso também. Segundo uma pesquisa da USP de 2021, uma em cada três crianças e adolescentes possui níveis de estresse emocional em uma intensidade que já é considerada necessária para uma avaliação.

Estresse esse que pode ser causado por diversos fatores, como hiperatividade, vícios e agitação. Além disso , as crianças não tiveram maturidade para entender a pandemia, o que só agravou os casos de estresse dentro de casa, depois da prática do ensino à distância.

Como reconhecer os principais sintomas?

Segundo a orientadora e psicopedagoga Marcia Regina Costa Fonseca, com a volta das aulas presenciais, os sintomas foram reconhecidos na convivência com os colegas na escola e com a família em casa. “Na escola percebemos crianças com hiperatividade na fala, no comportamento, adolescentes com hábitos ou vícios de roer unhas, agitação, como pernas inquietas e relatos como aperto no coração, insegurança e até desconforto ao respirar. ”
 

O pós-pandemia trouxe consequências psicológicas para todos nós, e as crianças também não ficaram de fora disso. A psicóloga Luciene de Castro, completa que identificar os sintomas não é uma tarefa simples: “hoje as crianças estão com suas agendas preenchidas de inúmeras atividades. Portanto, o estresse acaba indo para a conta do corre-corre diário e os pais, geralmente, não se dão conta de que há um quadro de estresse estabelecido”.

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Como abordar o tema com as crianças?

A comunicação dentro de casa é fundamental para perceber e explicar esse quadro de estresse. Além disso, as escolas têm um papel indispensável na observação e apontamento para a família. “Lembrando que a escola e a família trabalham juntas neste contexto de pós-pandemia, principalmente para somar e favorecer o desenvolvimento psicossocial desta criança ”, conclui Márcia Regina Costa Fonseca, Orientadora e Psicopedagoga.
 

Acompanhamento psicológico

A identificação do tipo de estresse é muito importante para o tratamento correto. Quando a criança apresenta sintomas leves decorrentes de um acontecimento, pode ser um estresse agudo, porém, quando apresenta sintomas contínuos e duradouros, podem ser sinais de um problema crônico.

Depois do diagnóstico, os bebês, a partir de um ano e meio de idade, já podem começar o tratamento com profissionais. “Esse acompanhamento se torna fundamental para que a criança não tenha comprometimentos no seu desenvolvimento psíquico e até mesmo físico em alguns casos”, afirma a psicóloga Dra. Luciene de Castro.

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