Segundo uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas apresentará algum sinal de transtorno mental em determinados momentos da vida. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, entre eles, algum evento traumático, abuso de entorpecentes, disposição genética, etc.

De acordo com o psiquiatra Dr. Ariel Lipmann, esses sinais podem ou não evoluir para algum transtorno, como ansiedade e depressão, e é importante ficar atento. “Conhecer nosso corpo é fundamental justamente porque quando ele muda, percebemos que alguma coisa pode estar errada e é aí que percebemos que pode ser um sinal de alguma doença, entre elas, as doenças mentais”, explica.

Como então ajudar quem está sofrendo com esse tipo de problema? Segundo o especialista, são necessários alguns cuidados, sendo o principal deles a identificação de sinais “comuns” de transtornos mentais, pois cada transtorno psiquiátrico se comporta de um jeito, com seus sintomas específicos e particularidades. “Estamos diante de uma pessoa em sofrimento psíquico, e é importante não banalizar o sofrimento. Esse tipo de atitude é o que atrasa muitas vezes a ida da pessoa ao profissional e agrava quadros que deveriam ter sido tratados bem antes”, aponta o médico psiquiatra.

Pensando nisso, o Dr. Ariel listou alguns comportamentos que podem estar ligados a transtornos mentais, mas frequentemente são “deixados de lado”.

Foto: Divulgação Freepik

Problemas de sono

Se você tivesse insônia ou dormisse por muitas horas, desconfiaria de algum transtorno mental? Muito provavelmente sua resposta é não, mas o fato é que noites em claro, dificuldade para pegar no sono ou estar “sempre” querendo dormir podem ser indicativos de problemas psíquicos diversos, como ansiedade e transtorno por abuso de substâncias.

“É muito comum termos distúrbios do sono como consequência de transtornos mentais, seja insônia ou excesso de sono, chamado de hipersonia. Transtornos como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, transtornos psicóticos, entre outros, estão relacionados com alteração do sono”, explica o Dr. Lipmann.

Por isso, o especialista comenta ser importante avaliar se o distúrbio do sono é primário ou secundário. “O problema pode ser consequência de algum transtorno psíquico ou até mesmo alguma doença clínica, como por exemplo distúrbios da tireoide, que também podem afetar a qualidade do sono”, complementa.

Esquecimento frequente

É muito mais fácil dizer “ando esquecido (a) ultimamente” do que parar para pensar que isso pode significar algum tipo de transtorno que mereça atenção. Aliás, “problemas de memória” estão, segundo o Dr. Ariel, entre as queixas mais comuns no consultório psiquiátrico. “Isso provoca angústia pelo medo de estar sendo causado por um quadro mais grave, como por exemplo, um quadro demencial. Porém, esses quadros mais graves são comuns apenas em pessoas idosas e vêm normalmente associados a outros sintomas, como dificuldade de executar tarefas que anteriormente eram facilmente executadas”, afirma.

Ainda conforme o especialista, principalmente nos jovens, a queixa de esquecimento está relacionada a uma diminuição do foco e da atenção e diversos quadros podem provocar esse sintoma e confundir o paciente.

Distanciamento

Tendências em deixar trabalho e estudos, justificativas para não sair de casa e outras mudanças importantes do padrão de comportamento devem sempre acender o sinal de alerta de que algo pode não estar indo bem.

“Diversos são os motivos para esse isolamento. Pode ser a diminuição do desejo de fazer coisas que anteriormente davam prazer, a dificuldade de “fingir” que está tudo bem para estar em eventos sociais ou a vergonha de expor que alguma coisa não está legal”, explica.
 

Tensão frequente

Normalmente ficamos ansiosos antes de uma prova importante, viagem ou antes de algum evento muito esperado. Porém, quando isso passa a atrapalhar o modo de viver, trazendo preocupações excessivas, é um sinal de que é hora de buscar ajuda. “Normalmente tensão sem motivo já é o sinal que provavelmente a pessoa está com algum transtorno mental”, pontua.

“É muito importante estar atento a mudanças bruscas, repentinas, de comportamento, que podem estar relacionadas a algum transtorno psíquico” finaliza.

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