Desde o início da pandemia, as pessoas têm vivido uma verdadeira montanha-russa de emoções agravada pela pandemia de Covid-19. O novo coronavírus afetou seriamente boa parte dos indivíduos, não só no Brasil como no mundo inteiro. Cada vez mais percebemos pessoas mais ansiosas, nervosas, deprimidas, solitárias, com raiva, com medo, sem esperança, desamparadas e frustradas.
De acordo com a neuropsicóloga Dra. Suzana Lyra, saber tolerar frustrações é muito importante nessas situações, pois nos torna mais seguros e confiantes. “A frustração é desconfortável, forte, paralisa e nos impele de seguir. Nos tornamos refém de nós mesmos”.
A especialista explica que as pessoas reagem à frustração de várias maneiras. Elas podem:
- Ficar com raiva;
- Desistir ou desistir;
- Perder autoestima;
- Sentir perda de autoconfiança;
- Experimente o estresse;
- Sentem-se tristes, inseguras, deprimidas ou ansiosas;
- Abusar de álcool ou substâncias psicoativas;
- Envolver-se em outros comportamentos negativos, autodestrutivos ou viciantes.
Ainda de acordo com a neuropsicóloga, questionar-se como lidar com as frustrações não deve começar com “por que” e sim com “o que” ou “como”. Segundo ela, esse é o primeiro passo: saber reconhecer e compreender o que pode ter acontecido em sua vida.
“Não há regras, modelos, receita de bolo ou fórmulas mágicas para superar e sair do elo apertado que a frustração lhe colocou”, afirma a Suzana Lyra, que complementa: “saber compreender o que causou a não realização do objetivo e sua expectativa não tenha sido alcançada é crucial para sair do sofrimento psíquico. Saber reorganizar-se faz com que o enfrentamento da nova fase seja mais leve e menos dolorida”.
Suzana comenta que embora possamos não reconhecer quando o fazemos ou mesmo admitir quando sabemos que o fazemos, todos nós às vezes temos a tendência de sabotar nossos esforços, levando a uma frustração desnecessária e, às vezes, perturbadora. A chave para superar isso, é aprender como identificá-la e, em seguida, implementar estratégias para combatê-la.
A neuropsicóloga destaca que o nosso passado revela muita coisa do que somos hoje. “O passado não constrói o presente e muito menos o futuro. O passado serve de referência, é balizado para que possamos refletir e analisar o que é bom, é uma peneira para que possamos nos erguer a cada dia. Olhar para o passado com frequência nos traz sofrimento nos dois sentidos, se ele foi bom ou ruim”.
Se foi bom a pessoa pode tirar o proveito e intensificar o seu presente com experiências positivas. Se foi ruim, porém, é ser resiliente e fazer com que suas frustrações trabalhem ao seu favor. “Fazer com que elas deixem você mais forte para superar os desafios de forma positiva, vencendo as barreiras possíveis, compreendendo os erros do caminho e aceitando os que não dependem de você”.
Além disso, vários métodos de enfrentamento à frustração são recomendados por neuropsicólogos e outros profissionais de saúde mental. Alguns são gratuitos ou de baixo custo, assim como outros podem envolver uma consulta com um profissional:
- Exercícios de respiração;
- Prática de meditação;
- Ioga;
- Habilidades de comunicação;
- Técnicas emocionais e/ ou físicas para liberar a frustração;
- Exercício físico;
- Atividades de relaxamento;
- Viajar;
- Começar um hobby ou passatempo;
- Reestruturação cognitiva;
- Aprendendo como liberar emoção;
- Aconselhamento psicológico ou terapia.
Usando algumas das estratégias acima, você pode tomar medidas seguras e saudáveis para gerenciar sua frustração em longo prazo, de forma que o impacto dela em seu humor ou até mesmo em seu dia seja mínimo.
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