Técnicas de respiração melhoram a saúde física e mental

É o que nos mantém vivos. Um movimento totalmente natural que repetimos milhares de vezes ao dia, involuntário, mas que traz muitos benefícios para o nosso corpo e nossa mente: a respiração!

Respirar vai muito além do ato de inspirar e expirar, que exercita o diafragma e fortalece o músculo. É um processo de oxigenação do nosso corpo que envolve cérebro, coração, pulmões, e é essencial para o funcionamento de cada uma das células do nosso organismo.

Ter consciência de uma respiração correta é sinônimo de qualidade de vida. Por isso, algumas técnicas de respiração podem ajudar muito na manutenção da saúde do coração, prevenindo doenças cardiovasculares e também na saúde mental, diminuindo sintomas de doenças como estresse e ansiedade. 

De acordo com a psicoterapeuta Celiane Cabral, uma respiração consciente pode e deve ser usada em casos de depressão, síndrome do pânico, controle do ritmo cardíaco e em quaisquer doenças psicossomáticas. 

A profissional explica que o primeiro passo para realizar uma “nova” respiração é ter consciência de como respirar, e nesse quesito, procurar ajuda de um profissional é fundamental, já que ele irá passar todos os ensinamentos necessários para que você inicie esse processo e adote as mudanças necessárias. 

“É necessário identificar o seu padrão de respiração pois ele está intimamente ligado com a forma como você vive. Ter essa consciência é o primeiro passo para uma mudança rumo à prosperidade. […] Uma respiração consciente diminui o estresse e ansiedade, melhora a concentração, ajuda na tomada de decisões e te traz para o “eixo” do aqui e agora”, relata. 

Ainda segundo Celiane, nossa respiração está diretamente ligada às nossas emoções e para cada uma, tendemos a respirar de uma forma. Ela explica como costumamos agir durante as nossas quatro emoções básicas: raiva, tristeza, medo e alegria. 

1. Raiva:

“A emoção da raiva aciona o circuito de luta e fuga, que liga os sistemas nervoso central e periférico com o sistema endócrino. Assim, ficamos mais atentos, com as pupilas dilatadas e o fluxo sanguíneo vai para os músculos, deixando-os mais tensos como se estivéssemos prontos para correr ou atacar. A respiração fica elevada, acelerada”.

2. Tristeza:

“Com a tristeza é comum aparecer falta de ar, taquicardia, mãos e pés suando, pernas bambas, tontura e uma sensação de que não conseguimos respirar”.

3. Medo:

“Quando estamos com o medo voltado para os ataques de pânico, a sensação é de sufocamento do cérebro que sinaliza erroneamente uma falta de ar. A respiração fica curta e parece que estamos com a “cabeça vazia”.

4. Alegria:

“Enquanto que durante a emoção da alegria, nossos ciclos de respiração que estão ligados às frequências cerebrais aumentam, e normalmente não prestamos atenção como estamos respirando nos momentos de alegria por acreditarmos que é sempre boa”. 

Administrar corretamente a respiração se configura como um dos principais desafios para quem busca respirar de forma mais consciente. Em momentos de caos é necessário lembrar do fluxo necessário para a respiração. Nesses momentos, geralmente respiramos superficialmente e criamos uma urgência em oxigênio, apesar deste estar em abundância. 

Em tempos de pandemia, se torna primordial lembrar que uma respiração ativa e consciente impacta no funcionamento de nosso corpo inteiro de maneira positiva, durante o isolamento social. Se você respira profundamente, você combate a sobrecarga do coração, relaxa os músculos cardíacos e reduz a pressão arterial, favorecendo o metabolismo celular e provocando sensações de bem estar físico e mental. 

A psicoterapeuta ensina ainda dois exercícios para ativar o sistema respiratório, trazer mais energia para o corpo, oxigenar mais as células e cérebro, e outro para aliviar os sintomas de medo e ansiedade: 

1 – “Inspira e expira pelo nariz 4 ciclos de 5 alternando entre inspirar e expirar, porém na quinta vez de cada ciclo você vai puxar o ar em uma quantidade ainda maior”;

2 – “Inspire profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca sem pausas. Repita 30 vezes, ajustando a quantidade de ar que entra e sai”.

A profissional finaliza dando um recado. “Aproveite os benefícios naturais de uma respiração consciente. Quem não respira bem não vive bem. Aconteça o que acontecer continue respirando”.