9 dicas para ajudar no desenvolvimento natural da verbalização dos seus filhos.
É muito comum que os pais, em algum momento da criação dos filhos, especialmente quando ainda são bebês, se perguntem sobre qual seria a melhor forma de ajudá-los a falar.
A fonoaudióloga Juliana Trentini explica que o estímulo está nas sutilezas e no caminho do meio entre o mimo e a autoridade. “Eu sou mãe e sei que não é fácil educar com amor, carinho e respeito, e, ao mesmo tempo, dar espaço e suportar as tristezas dos filhos acolhendo e não calando a expressão de frustração deles. Mas é preciso compreender que infantilizar pode estar no ato de superproteger e também na tirania do adulto.
Ser implacável ou perfeccionista é também uma forma de não deixar os filhos crescerem. Na verdade, nossas crianças precisam de alguém em quem se espelhar, e não de alguém igualmente infantil para seguir ou de perfeição inatingível, porque quando fazemos isso, eles se sentem perdidos, em mar aberto, como se não houvesse uma margem para guiá-los.
Equilíbrio, tranquilidade, espaço, liderança, respeito, comunicação, consideração, empatia e paciência não são uma receita pronta, mas são ingredientes que não podem faltar em uma educação sensata”.
Abaixo, 9 dicas sobre como não mimar demais e nem ser rígido em excesso para estimular a fala das crianças:
- Quando o adulto fala pela criança ou traduz tudo que ela fala o tempo todo sem dar a chance dela se expressar, a criança perde seu lugar de fala;
- Se o adulto advinha tudo que a criança quer e precisa antes que ela tenha a chance de se comunicar, ela perde a oportunidade de se expressar;
- Quando a criança chora ou se frustra, é importante que não seja imediatamente silenciada ou sempre atendida, pois assim, ela perde a oportunidade de lidar com os sentimentos usando da linguagem e a expressão;
- Se a criança é infantilizada, tratada e mantida em uma posição social de bebê, só lhe resta atender a esta expectativa (bebês não falam);
- Se a criança não tem espaço psicológico para ser ela, para ter sua individualidade, como ela vai falar, uma vez que toda fala parte de alguém e ela não se sente indivíduo separado dos seus pais, especialmente da mãe?
- Se o bebê é cobrado, com frases como “Fala água ou vai ficar com sede”, ou corrigido como em “Não é ábua, é água”, ele se sente desmotivado a falar;
- Se o bebê for interrompido – pior ainda se for para ser corrigido -, ele pode não continuar tentando elaborar palavras, pensamentos e frases;
- Punição não motiva a criança a falar apenas reforça a crença de que ela é incapaz e de que não é aceita.
- Se não compreender algo, não diga “O que?”, “Hã?” etc. Repita o que a criança disse e pergunte: O que é isso? Onde está? Pode me mostrar? Aprender a falar é muito difícil. Quanto mais nós nos esforçamos para entender mais a criança vai se esforçar para falar. Ser compreendido é uma necessidade humana. Nós já passamos por isso e não lembramos, e por isso cobramos essa rapidez de nossas crianças. Mas lembre-se: a fala se constrói no diálogo seja um parceiro do seu filho!
Juliana Trentini é fonoaudióloga do Canal Fala Fono, autora do livro “Aprendendo a Falar”, criadora do curso Fala Bebê e profissional dedicada ao desenvolvimento da fala, aquisição da linguagem e intervenção precoce.
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