Já percebeu que um dos assuntos que aparece com certa naturalidade nas conversas com amigos, com familiares e até mesmo com colegas de trabalho é a falta de noção de algumas pessoas? Mas o que isto significa? Etiqueta ou comportamento corporativo?
Esta falta de noção a que elas se referem nada mais é do que a falta de educação, de bom senso, de razoabilidade, de delicadeza, de gentileza, de empatia e de senso coletivo.
As pessoas mais antigas chamariam de Etiqueta. Aquele conjunto de regras que nos faz conviver de forma harmônica em sociedade, mas que nos trás à mente a imagem de uma mesa de refeição repleta de talheres, taças, pompa, requinte…
De fato, a etiqueta contempla estas questões também, porém ela possui nova uma nova “roupagem”, uma nova nomenclatura no universo empresarial e é chamada de Comportamento Corporativo, que nada mais é do que a sua competência social. Do que adianta você ter um currículo repleto de cursos técnicos de alto nível se não souber lidar com as situações cotidianas e adversas na empresa de modo sensato, educado e prudente?
A etiqueta não é algo do passado, é algo que confere ao profissional ainda mais brilho que o faz ser bem lembrado no ambiente de trabalho e social. Ter etiqueta corporativa pode garantir a sua entrada no mercado de trabalho, sua ascensão profissional e até mesmo sobrevivência.
Este ano já nos trouxe vários exemplos de etiqueta e comportamento corporativo. Logo na primeira semana deste ano, a internet nos mostrou o caso de uma multinacional que demitiu não apenas um funcionário que usou uma fantasia inapropriada na festa de final de ano como também o presidente da empresa. Este episódio revela não somente a falta de noção de alguns, mas também a necessidade de haver uma clara comunicação interna e o cumprimento das regras de conformidade que norteiam o comportamento dos funcionários.
Na mesma semana a revista Veja trouxe uma importante reportagem de capa abordando “Um novo código de conduta entre homens e mulheres”. O assédio moral, sexual, a intolerância e o desrespeito ainda estão presentes dentro e fora do ambiente de trabalho, porém não devem ser tratados com naturalidade. Empresas estão precisando ditar regras de bom convívio para que este cenário mude. Um excelente passo em rumo ao bom comportamento corporativo.
Outro exemplo de má conduta e comportamento que interferiu fortemente na imagem institucional foi o caso do afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa Econômica Federal por irregularidades cometidas na instituição como corrupção e favorecimento de grupos políticos e de empresas. É sabido que para ocupar estes cargos é preciso ter reputação ilibada, ou seja, retidão e idoneidade moral.
A boa reputação também vale para o universo online, a chamada Netiqueta (etiqueta na internet). Um caso recente que acabou na demissão de dois funcionários de um hospital da Bahia por dançarem uniformizados usando uma cadeira de rodas da instituição e postarem na internet a coreografia do funk “Que tiro foi esse”? durante o horário de trabalho. É preciso entender qual é o seu papel dentro da empresa. Você foi contratado para quê? Por que fazer isso durante o seu expediente enquanto os pacientes esperavam para serem atendidos?
Ser um bom profissional exige responsabilidade e competência. Algumas empresas estão começando a adotar uma nova forma de recrutamento chamada de “recrutamento às cegas“. que não leva em conta cor de pele, sexo, gênero e idade do profissional. O que vale é a competência na execução de suas atividades. Isto não é algo que irá acontecer, é algo que já está acontecendo e que começou no Brasil no ano passado. E o que isto tem a ver com etiqueta e comportamento corporativo? Tudo! Precisamos abrir a mente, reciclar comportamentos para conviver e respeitar os indivíduos numa sociedade cada vez mais complexa e repleta de diferenças.
Silmara Adad é supervisora do curso de Etiqueta e Comportamento Corporativo do Centro Europeu. www.centroeuropeu.com.br
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