Existem alguns sinais importantes que definem um relacionamento como abusivo, e é fundamental que quem desconfia estar sendo vítima disto, conte com o apoio psicológico e, às vezes, até da polícia e da Justiça.
A psicóloga Fernanda Siqueira Steinecke Posselt, ressalta que “muitas vítimas não conseguem entender o que está se passando com elas, não veem a dinâmica perversa da relação, e por isso não conseguem sair dela.” Uma boa dica é estar atento aos excessos em relação ao controle: possessividade, ciúmes, violência, agressividade, e perceber se estas ações têm causado desconforto, medo e mal-estar.
Veja abaixo uma lista com alguns comportamentos abusivos, para que você analise se os reconhece, ou não. Embora a presença isolada de um desses comportamentos não seja indicação suficiente de abuso, eles são pistas importantes sobre como caminha sua relação.
Esta avaliação é íntima e pode ajudá-la bastante. Não invente desculpas para você mesmo, como “mas isto só ocorreu 2 vezes”, ou “aquele dia não valeu, meu companheiro estava de cabeça quente, teve um dia ruim no trabalho”, etc.
Você pode estar em uma relação abusiva se o seu companheiro:
- Tem falta de constância, oras sendo muito bom, como promessas e carinho e, no momento seguinte, sendo muito ruim, criando sempre um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.
- Te humilha e constrange na frente dos amigos e da família.
- Evita que você fique perto dos amigos e da família. Te força a se distanciar de qualquer pessoa que possa te dar apoio.
- Minimiza suas conquistas e nunca te incentiva a conquistar seus sonhos.
- Atribui a você os defeitos e maus comportamentos dele. Diz que você é mentirosa, manipuladora, promíscua, agressiva, e tudo o que na verdade, ele acha dele mesmo.
- Faz com que você se sinta incapaz de tomar decisões.
- Te pressiona sexualmente.
- Interfere excessivamente em suas roupas, sapatos, penteado, maquiagem.
- Tira seus próprios objetos de você ou controla o uso que você faz deles.
- Se diz superior a você por ter uma posição social ou econômica mais privilegiada que a sua.
- Diz que você não é nada, nem ninguém, sem ele.
- Te trata de maneira grosseira, te agarrando, empurrando ou até agredindo.
- Não faz uma coisa que sabe que você gosta, para que você precise “implorar” pelo que quer (ex.: faz questão de deixar a TV ligada com volume alto de madrugada, justamente porque sabe que você não consegue dormir com o barulho).
- Comete traição e inventa desculpas e mentiras para encobri-las.
- Controla sua vida com aparições surpresa.
- Tem um padrão de grandiosidade, é narcisista, egocêntrico e tem necessidade de ser admirado.
- Usa as drogas e o álcool como desculpa para comportamentos abusivos.
- Te explora financeiramente, dizendo que está “sem condições”.
- Faz ameaças se você fala em sair do relacionamento.
- Manipula uma dinâmica de ameaças e punições para te “ensinar lições”, por trás de uma aparência fragilizada e de vítima.
- É mestre em “jogos sem vitória”, apresentando com frequência 2 opções ruins, nas quais você sempre sai perdendo. (Ex.: sabendo que você gostaria de ficar em casa, porque está com forte dor de cabeça, seu parceiro te dá apenas duas opções: ir à “balada” ou ao “barzinho com a galera”).
- Te trata como objeto. Te mantém a disposição ou te descarta, de acordo com as necessidades dele.
- É manipulador e mentiroso patológico.
- Tem constantes explosões verbais, físicas ou emocionais, sempre desproporcionais à situação real. Chega, inclusive, a descontar a agressividade socando paredes, batendo portas ou quebrando objetos.
- Vive testando seus conhecimentos com o objetivo de te diminuir.
- Passa horas te ignorando, no mais absoluto silêncio, com caráter punitivo e injustificado, e, se questionado do motivo, a resposta é sempre algo como “Você sabe muito bem porque eu estou assim.” – mesmo que você não tenha ideia do que ele está falando.
- Simula nunca entender o que você diz, afirma que você está sempre errada ou que você está delirando.
- Nunca te agrediu fisicamente, mas você fica com hematomas pelo corpo, pois ele costuma “te acalmar”, segurando firme nos seus braços ou te “abraçando” com força.
- Diz coisas do tipo “Nunca ninguém vai querer você. Você tem muita sorte de me ter ao seu lado”.
- Faz você sentir que mereceu receber uma agressão (mesmo que não haja violência física).
Fernanda Siqueira Steinecke Posselt é psicóloga e atua na região do Morumbi, em São Paulo/SP. Nossos Doutores é um portal que permite o agendamento de consultas particulares com psicólogos, médicos e outros profissionais da saúde. Porém, mais do que ser um catálogo de profissionais, nosso objetivo é permitir aos pacientes o acesso a informação de qualidade sobre sua saúde física, mental e emocional.
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