Quando se assume uma vida a dois, o casal, via de regra, decide compartilhar a vida, as emoções, as conquistas, as derrotas. Mas, quando o assunto é compartilhar ou não a conta bancária, esta decisão pode ser mais difícil do que se imagina. Há, por exemplo, quem considere uma grande facilidade ter a conta conjunta. Outros, porém, fazem questão absoluta de mantê-las separadas.
O fato é que dinheiro é um dos principais motivos de conflitos entre os casais, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Dados do estudo mostram que 7 a cada 10 casais discutem por causa das finanças. E a questão da conta conjunta ou separada é um verdadeiro dilema para quem decide se casar.
Praticidade ou individualidade?
Segundo a psicóloga e terapeuta de casais, Marina Simas de Lima, independente do sistema adotado, a questão financeira, se não for bem administrada, pode mesmo gerar sérios conflitos em uma relação afetiva. “A regra de ouro é que o casal esteja de comum acordo sobre como vai organizar as finanças. Tudo depende de como cada um lida com a experiência, seja numa conta compartilhada ou separada”.
“Há muitos casais que optam pela conta conjunta justamente pela praticidade financeira e pela economia com as tarifas bancárias, além da questão de segurança, caso alguém falte ou fique impossibilitado de movimentar a conta”.
Independente do sistema adotado, o importante é que a gestão financeira seja objeto de um planejamento conjunto para atingir objetivos comuns, independente de quem e de quanto é a contribuição.
Senso de autonomia
Por outro lado, as contas individuais podem trazer um senso de autonomia que faz bem à relação afetiva. “Ter contas separadas pode dar ao casal uma certa dose de individualidade saudável. Se a questão financeira funciona bem, não há problema algum nessa separação”, comenta a psicóloga e terapeuta de casais, Denise Miranda de Figueiredo. “Há ainda aqueles que preferem manter contas separadas e, assim, evitar possíveis cobranças do outro sobre o que gastou e o quanto gastou”.
Denise comenta que há casais que buscam uma espécie de meio termo quando o assunto é compartilhar ou não a conta bancária. “Muitos criam uma conta conjunta e mantêm suas contas individuais ativas. A conta conjunta serve para pagar as despesas em comum e a conta individual é utilizada para gastos pessoais. “Se funciona bem para o casal, é válido”.
Somar e não dividir
De qualquer maneira, é preciso lembrar que em um relacionamento é preciso somar e não dividir. “Quando ambos contribuem para as finanças do casal, pode ser mais fácil atingir os objetivos, como comprar uma casa, por exemplo. Independente do sistema bancário adotado, é importante que os casais decidam juntos como vão gerir os recursos financeiros. Manter uma vida a dois de forma saudável passa também pela administração coerente das finanças”, concluem as especialistas.
Marina Simas e Denise Miranda de Figueiredo são psicólogas e terapeutas de casais e cofundadoras do Instituto do Casal.
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