O papel da mulher em casa, no trabalho e na maternidade.
As mulheres da sociedade atual têm conquistado seu espaço em várias esferas da vida através da capacitação, paciência e agilidade. Antigamente era conhecida como a mãe, a dona de casa e a esposa, mas hoje divide funções no mercado de trabalho, é empreendedora e nem por isso deixa de ser uma boa figura materna.
De acordo com a psicóloga Carla Ribeiro, o espaço que a mulher vem conquistando em posição de liderança, principalmente em empresas, se vê ainda um corpo feminino pequeno que batalha bastante para estar ali, defendendo o seu gênero e deseja ser vista capacitada. “O desafio da mulher ainda é exercer funções que os homem achavam que só eles poderiam fazer, por alguma razão ou tradição e as mulheres acabaram chegando a esse mercado de trabalho capacitando-se o suficiente para ocupar esses cargos antes masculinos”.
A mulher prioriza o estudo mais do que os homens. “Os homens têm buscado se atualizar, mas as mulheres sabem que para mostrar o que sabem no meio profissional, elas precisam conhecer a fundo, detalhadamente, cada situação, cada profissão, para que ela venha a exercer com competência, e não só aprender na prática”. Com isso as mulheres têm conquistado o seu espaço com uma base acadêmica, de uma forma bastante consolidada.
A mulher de antigamente era diretamente ligada aos cuidados da casa e da família, tendo em vista atividades que não exigissem complexidade, criatividade ou inovação. No entanto, a mulher começou a ver que ela também tem esse perfil empreendedor e está ciente de que pode entrar nesse mercado para competir. “O papel da mulher hoje mudou bastante no mercado de trabalho. Ela tem entrado gradativamente, ganhando espaço e respeito, cumprindo esse espaço com qualidade e eficiência. A mulher acredita que a presença do homem é importante e deve ser respeitada tanto quanto a sua posição”.
Algumas mulheres ainda sentem-se inseguras com o mercado de trabalho por diversos fatores. “Quem sabe nesses casos falte um pouco mais de autoconfiança, conhecimento, para que ela possa mostrar tudo que ela pode fazer, com qualidade e competência”. Hoje em dia, mesmo com o papel da mulher já consolidado como profissional, ainda falta um ambiente de trabalho preparado para receber essa mulher. “Falta também olhar não para a figura feminina, mas para o que ela traz de bagagem, de experiência, de conteúdo, do que ela faz melhor. Então, a mulher está levando para o mercado de trabalho o que ela estudou e aprendeu”.
Além do trabalho, a mulher das últimas gerações tem buscado expandir seu conhecimento por meio de cursos e graduações, o que diminui o tempo livre para planejar uma gravidez, por exemplo. “Pela experiência que tenho como psicóloga, muitas mulheres atualmente priorizaram a carreira. As mulheres hoje são estimuladas a estudar e se qualificar desde cedo. Então, o sonho da maternidade acaba se adiando”.
Apesar de desejar o crescimento profissional, uma boa carreira, condições financeiras melhores, viagens e outros milhares de sonhos, a mulher ainda passa pelo sentimento da culpa e impotência quando precisam deixar os seus filhos na creche, com uma babá ou até mesmo alguém de confiança da família. “O que diminui esse estresse feminino é a ajuda do parceiro, pois, assim, essa mulher consegue lidar melhor com esse sentimento que está deixando seu filho fragilizado. Esses momentos são importantes para ela e o companheiro, e também para a criança. São coisas que as crianças também precisam passar para entender que essa mãe não poderá estar com elas durante 24 horas do dia”.
A mulher está cada vez mais desafiadora dos seus limites e tem conseguido se desafiar ainda mais por meio do trabalho. Procura-se uma parceria entre homens e mulheres, para que possam se complementar, e não ocupar o espaço um do outro.
Carla Ribeiro é psicóloga clínica e hospitalar voltada para Saúde do Homem.