Nesta pequena reflexão, trago um argumento que ninguém escapa: a maledicência, vulgarmente conhecida como fofoca. Pessoas imaturas com o intuito de denegrir e prejudicar o outro destilam seu precioso veneno manipulando pessoas específicas em seus pontos fracos. Isto porque pessoas maledicentes são estratégicas, não somente irresponsáveis, visto que o objetivo é prejudicar, é destruir o outro em um sentido simbólico ou mesmo real.

E tem pessoas que sabem fazer isto muito bem, apresentando argumentos plausíveis, se vitimizando, se fazendo de “coitadas”, diante de situações em que elas mesmas contribuíram de algum modo para o desenrolar dos acontecimentos que porventura desembocou em um desentendimento. Um dos comportamentos mais comuns dos maledicentes não é somente aumentar ou desvirtuar os acontecimentos, mas sobretudo julgar, apontar o dedo, se esquecendo, como diz o velho e sábio ditado que quando se aponta um dedo para alguém, três estarão apontados em nossa direção.

Nem preciso dizer que pessoas assim são perigosas, mas elas esquecem um detalhe importante: cada relacionamento, seja de amizade, familiar ou conjugal possui em seu bojo características próprias, um amálgama, um envolvimento particular que confere colorações subjetivas e relacionais inerentes a cada convivência.

Todos temos defeitos e virtudes, estamos em aprendizado, em constante processo evolutivo. A vida é uma escola em que todos estamos errando e aprendendo, caindo e levantando, aqui não existem pessoas incólumes, todos somos seres humanos em sua complexidade; lado luz e lado sombra.

Neste viés não faz nenhum sentido viver apontando o defeito e falhas dos outros enquanto sequer foram trabalhadas as próprias. É preciso ter autodiscernimento de que para cada um de nós é necessário muito trabalho, dedicação e principalmente boa vontade para trabalhar a própria evolução ao invés de observar e criticar a vida de outrem. Mas infelizmente nem todos atingiram este grau de conscientização e aqui reitero mais uma vez que não é um processo fácil estar nesta escola chamada vida.

Para refletir:

Primeiro organize sua casa interna para depois querer podar as ervas daninhas do jardim do outro.

Soraya Rodrigues de Aragão http://www.sorayapsicologa.com
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Escritora e palestrante. Conselheira terapêutica em violência entre parceiros íntimos capacitada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Estudante de Sexologia. Pesquisadora em Transtornos de Ansiedade e especialista em Transtornos de Pânico. Equivalência do curso de Psicologia na Itália, resultando em Mestrado. Especializou-se em Psicotraumatologia pela A.R.P. de Milão e em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde em Madri. Sócia da Sociedade Italiana de Neuropsicofarmacologia. Autora dos livros Fechamento de ciclo e renascimento - Este é o momento de renovar sua vida; Edições Vieira da Silva, Lisboa, 2016, Supere Desilusões amorosas, Edições Vieira da Silva, Lisboa, 2019 e Liberte-se do Pânico e viva se medo! 2019.
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