Economia prateada é o termo que define a população com mais de 60 anos. É a população que, apesar do avanço do tempo, não é idosa, ou não quer ser chamada assim. E aí entra o termo prateada, que tem a ver com os cabelos em tons de cinza, para diferenciar de forma elegante uma população com muita vitalidade.
Agora, cá para nós, hoje em dia muitas pessoas aos sessenta anos dão um show de vivacidade em muito jovem de trinta. Eu costumo dizer que atualmente sinto a idade apenas quando vou ao médico, porque na cabeça, sinto-me com 20 anos, e quanto menos melhor!
Essa semana, tive a oportunidade de estar mais próxima da economia prateada, ajudando-os na assembleia do condomínio onde moro, e onde faço um trabalho voluntário como conselheira financeira.
A assembleia de escolha de vagas é disputadíssima, e onde também votamos temas importantes para a comunidade que divide nosso espaço. Montamos um plantão para senhores, de forma a instruí-los em como utilizar seus celulares para votar, já que há algum tempo utilizamos a tecnologia no prédio, mas esta era uma assembleia muito importante, onde eles efetivamente precisariam manifestar-se.
Foi maravilhoso ajudar! E principalmente, vê-los felizes em aprender e sentirem-se orgulhosos de sua conquista. A média de idade na sala estava ao redor de 80 anos, ou seja, bem além dos 60.
Falamos muito em inclusão, que é simplesmente maravilhosa, mas quanto o mercado está realmente preparado para abrigar pessoas que, aos 60, 70 ou 80 anos ainda querem ou precisam estar no mercado de trabalho?
É fato que estas pessoas não podem, e talvez não aguentem, uma carga horária de trabalho de 8 horas ou mais, mas será que não há nada que as empresas possam oferecer em termos de uma carga de 2 ou 3 horas de trabalho remoto para que essas pessoas possam estar ativas e serem recompensadas financeiramente?
Diga-se de passagem, sei que nossa CLT não ajuda, nem a eles, e nem a quem está em idade inferior, mas quem sabe possamos pensar juntos e ajudar a incluí-los?
O fato é que, de acordo com o último censo do IBGE, a população brasileira está ficando mais madura. Em 1940, a expectativa de vida no Brasil era de 45,5 anos. Atualmente, está em 72,8 anos para homens, e 79,9 anos para as mulheres. Ou seja, quase dobramos nossa longevidade.
Do ponto de vista da economia, o Sebrae-SP aponta que a população prateada movimenta R$1,6 trilhão por ano no Brasil e representa mais de 37 milhões de pessoas.
Realmente é necessário dar mais atenção a esta parcela da população.
Tratemos de inclusão e negócios. Quem sabe você tenha uma agência de viagens e possa oferecer um pacote especial com facilidades de transporte, passeios e hospedagem apropriados? Ou você tenha uma loja e se desloque até a casa do cliente, ou ainda, possa agendar um horário mais tranquilo, com um chá, para recebê-lo? E se você tem uma empresa de aconselhamento financeiro, você entende as necessidades de investimento desta parcela da população e consegue instruí-los adequadamente?
Se você é empresário, e precisa expandir seus negócios, pense nisso.
E para finalizar faço uma homenagem a uma pessoa que hoje já não é mais parte da economia prateada, mas que me inspirou durante a vida inteira. Minha avó dizia “caminhantes somos, e para lá iremos”. Vó a senhora já está lá, mas nós daqui continuamos a aplicar a trajetória de respeito ao próximo que a senhora tanto nos ensinou.
E viva a inclusão, e viva a economia prateada!
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