Era uma sexta-feira, num jantar agradável para uma degustação de vinhos num restaurante de bairro. Uma voz soou familiar, e quanto mais aquela pessoa comentava sobre as nuances do vinho, mais eu pensava: “conheço esta voz, sei que falamos mais de uma vez, mas de onde?”. Depois de refletir, me recordei que fizemos alguns trabalhos juntos em distintas conferências por Zoom, nunca tivemos uma reunião presencial. Foi interessante encontrá-lo naquele ambiente, poder conhecer sua esposa e apresentar meu marido. Mas foi surpreendente não reconhecer a pessoa.

Coisas de home office. Quem nunca?

Diante de tantos adversidades e perdas, se tem um aspecto até positivo, é a descoberta de atividades que podem perfeitamente serem desenvolvidas de forma remota. De fato, muitas funcionam, outras nem tanto.

O home office ainda continua sendo um tema polêmico, tanto que já o abordamos em duas ocasiões aqui na coluna. Discutimos sobre o momento de voltar ao escritório e sobre expectativas de volta.

O futuro e o presente do home office

Passados quase três anos, o tema ainda é objeto de discussão nos ambientes corporativos. As empresas precisam que os funcionários voltem para que haja o desenvolvimento de tarefas de grupo e, os funcionários, por sua vez, construíram suas vidas de tal forma a honrar seus compromissos profissionais, mas também manter hábitos que lhes conferem qualidade de vida. Não há certo nem errado aqui, há o combinado.

De acordo com uma pesquisa da McKinsey de junho deste ano, 58% dos funcionários americanos – o equivalente a 92 milhões de pessoas – dizem que podem trabalhar remotamente por parte do tempo. E quando lhes é oferecida a possibilidade de trabalho flexível, 87% dos respondentes dizem que aproveitam a oportunidade de obter mais flexibilidade um ou mais dias da semana.
A quinta é a nova sexta. Algumas empresas têm adotado uma semana de quatros dias, como forma de incentivar funcionários a irem aos escritório pelo menos durante estes dias, e trazer flexibilidade para a sexta-feira.

Outras empresas têm adotado o trabalho no escritório pelo menos dois dias da semana. Uma grande empresas de tecnologia recentemente estabeleceu o retorno ao escritório a partir de setembro, onde os funcionários precisarão trabalhar pessoalmente pelo menos alguns dias por semana.

Seja como for, o futuro (e o presente) é híbrido. Uma rápida pesquisa na flexjobs.com trouxe 1.394 trabalhos 100% remotos para o Brasil e no LinkedIn, uma plataforma mais tradicional, apresentou uma oferta de 3,473 resultados para a busca de trabalho remoto no Brasil.

Falando de Brasil, o trabalho remoto, ou teletrabalho, está cada vez mais consolidado e regulamentado.

Em agosto o Parlamento aprovou a Medida Provisória (MP) 1.108/2022, que regulamenta o teletrabalho e inclui na CLT regras como: dispensa de controle o número de horas trabalhadas por produção ou tarefa; a possibilidade de uso de infraestrutura e ferramentas digitais pelo empregado fora da jornada sem constituir tempo à disposição, extensão a aprendizes e estagiários; isenção da necessidade de ressarcir despesas de funcionários que morem fora da sede; entre outras regras, conforme divulgados pela Agência Senado.

É, o futuro é o presente, é híbrido e ávido por flexibilidade.

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Executiva do mercado de tecnologia, esposa, mãe de gêmeos, amante de uma boa conversa e um bom vinho. Em sua trajetória profissional trabalhou para as maiores empresas de tecnologia do mundo, onde teve a oportunidade de interagir com profissionais de diferentes culturas, o que moldou sua visão de gestão. Pós-graduada em marketing, formação de diretores pelo IESE/ISE, curso livre no INSPER, inúmeros cursos online e buscando os próximos. Estudar e colocar em prática é sua paixão. Sempre acreditou no poder do estudo e no trabalho para fortalecer e transformar o indivíduo. Você pode encontrá-la nas redes sociais como @glaumaurano.
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