Há mulheres que fazem tudo “certo”, seguem a dieta, cumprem os treinos, dormem bem e ainda assim o peso não se move. A frustração cresce, a motivação despenca e a dúvida se instala, o que está errado?
A resposta pode estar na forma como o corpo feminino reage a estímulos metabólicos. O treino convencional voltado à queima calórica não funciona igual para homens e mulheres, e quando o objetivo é emagrecer com saúde e manter os resultados, a abordagem precisa ir além do gasto energético, é preciso proteger e estimular a massa magra.
“A mulher que só busca ‘queimar’ acaba perdendo o que mais precisaria preservar, o músculo”, explica o Dr. Arthur Victor de Carvalho, médico especialista em performance metabólica e modulação hormonal feminina. “Sem massa magra, o metabolismo desacelera, a queima de gordura cai e o corpo entra em modo de defesa.”
O papel da massa magra no metabolismo feminino
A massa magra (músculos, ossos e tecidos magros) é o principal motor do metabolismo. Cada quilo de músculo consome calorias mesmo em repouso, o que significa que quanto mais músculo, maior a taxa metabólica basal e mais eficiente a queima de gordura.
O problema é que as mulheres naturalmente têm menos massa muscular do que os homens, e ainda sofrem com o declínio hormonal que acelera a perda muscular a partir dos 35 anos, especialmente após a menopausa. Sem estímulos adequados, o corpo passa a priorizar o armazenamento de gordura e reduzir o gasto energético.
Hormônios: os aliados esquecidos do treino
O equilíbrio hormonal é determinante para que o treino funcione. Estrogênio, progesterona e testosterona atuam diretamente na composição corporal, na disposição, na resposta inflamatória e até na recuperação muscular.
- Estrogênio: favorece a sensibilidade à insulina e preserva a densidade óssea; sua queda na menopausa facilita o acúmulo de gordura abdominal.
- Progesterona: ajuda no controle do estresse e na qualidade do sono, fundamentais para o emagrecimento.
- Testosterona: estimula ganho de massa magra, energia e motivação — mas é frequentemente negligenciada no cuidado feminino.
“Mulheres com desequilíbrios hormonais podem treinar e comer direito sem ver resultado algum. Quando ajustamos a hormonalidade e otimizamos o estímulo muscular, o corpo finalmente responde”, reforça o Dr. Arthur Victor de Carvalho.
Treinar mais não é treinar melhor
Cardio em excesso, jejuns prolongados e treinos de alta intensidade diários são estratégias comuns e perigosas. O excesso de esforço pode elevar o cortisol, o hormônio do estresse, que favorece a quebra de músculo e o acúmulo de gordura abdominal.
O treino inteligente, segundo especialistas, é aquele que prioriza força, qualidade e recuperação.
- Treinos de musculação ou resistência progressiva devem ser o centro da rotina.
- O cardio deve ser usado de forma estratégica, como complemento.
- E o descanso é parte do treino, não um intervalo entre eles.
O novo paradigma: emagrecer construindo, não perdendo
A ciência moderna já aponta que o emagrecimento feminino sustentável não vem da restrição, mas da reconstrução metabólica.
O corpo precisa estar forte para gastar energia e saudável para manter o peso perdido.
Isso significa: treinar para ganhar músculo, equilibrar hormônios e nutrir o corpo com qualidade.
Essa abordagem não apenas melhora a estética, mas aumenta a longevidade. Mulheres com maior massa magra têm menor risco de doenças cardiovasculares, osteoporose, demência e declínio cognitivo.
“O músculo é o novo marcador de saúde. Ele é o órgão da longevidade. Mulher forte não é só quem levanta peso é quem sustenta sua vitalidade com equilíbrio entre mente, corpo e hormônios.”. Conclui o médico Arthur Victor de Carvalho.
CONTINUE LENDO →