No Dia Mundial da Gentileza, comemorado neste 13 de novembro, é oportuno refletir sobre como atitudes gentis simples podem fazer uma grande diferença – não apenas para os outros, mas para quem realiza. Para além do impacto social, a ação também possui uma base científica, que relaciona sua prática à promoção do bem-estar mental e à liberação de hormônios benéficos.
 

Estudos apontam que quando praticamos a gentileza, nosso cérebro libera ocitocina – o chamado “hormônio do amor” – que está associado à sensação de confiança e bem-estar. Segundo Diego Rodrigues Costa Lana, professor do curso de Psicologia, essa substância química é poderosa e vai além das relações interpessoais: “A ocitocina ajuda a reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e promove uma sensação de calma e segurança. É por isso que muitas vezes nos sentimos mais felizes e relaxados após um ato gentil, mesmo que seja algo simples, como ajudar alguém ou oferecer um sorriso sincero”, explica.
 

Um estudo publicado na revista Hormones and Behavior, aponta que a ocitocina pode aumentar a generosidade e a confiança, favorecendo vínculos sociais e promovendo o bem-estar. Além disso, praticar a gentileza pode ser uma ferramenta poderosa no combate à ansiedade. Quando estamos focados em ajudar o outro, naturalmente desviamos a atenção das nossas próprias preocupações. “Esse tipo de comportamento ativa o sistema de recompensa do cérebro, estimulando a liberação de dopamina, que está ligada ao prazer e à motivação. Isso significa que o ato de ser gentil não apenas beneficia o outro, mas também gera uma sensação de satisfação pessoal”, esclarece o professor Diego.


Um estudo publicado no Journal of Happiness Studies, revelou que pessoas que realizaram pequenos atos gentis por dez dias consecutivos relataram maior sensação de felicidade e bem-estar, além de redução significativa nos sintomas de ansiedade.


A prática de gentileza tem ganhado espaço como uma estratégia terapêutica complementar em algumas abordagens psicológicas. “Incentivar a gentileza em alguns dos diversos contextos de terapia, por exemplo, pode ajudar pacientes a focarem em ações positivas e a desenvolverem uma visão mais altruísta da vida, reduzindo o autocentramento e promovendo uma interação social mais saudável”, afirma o professor.


Confira algumas formas de inserir a gentileza na rotina e colher os benefícios que ela oferece à saúde mental:


Pratique o elogio sincero: Dizer algo positivo para colegas de trabalho, amigos ou familiares fortalece vínculos e promove uma atmosfera positiva.

Ajude quando possível: Ações simples, como segurar a porta para alguém ou oferecer ajuda, geram uma sensação imediata de bem-estar.

Ouça com atenção: Ser gentil também envolve ter uma escuta ativa genuína ao outro, um ato cada vez mais raro na vida moderna.

Cultive a empatia: Ter interesse genuíno em pessoas para compreender como é estar no lugar do outro não só melhora a convivência, mas também ajuda a lidar com nossos próprios desafios emocionais.

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