Depois da febre do skincare, parece que o mundo da beleza chegou a uma nova era: a atenção com a região íntima. O popularmente chamado “ppkcare”, implica, justamente, nos mais variados tipos de cuidados com a região, que vai de um skincare localizado e especializado a cirurgias plásticas para “embelezar” e “ajustar” a área íntima feminina.

A região íntima como foco dermatológico

Segundo a dermatologista pela SBD, Dra. Maria Paula Del Nero, essa área está sujeita às mudanças causadas pelo envelhecimento tanto quanto qualquer outra do corpo. Por isso, os cuidados especializados fazem sentido – principalmente porque essas mudanças podem interferir, inclusive, na vida sexual feminina.

“Cuidar do corpo e da mente de forma consistente é um hábito chave para avançarmos na idade de forma saudável e sustentável e a área íntima merece cuidado tanto quanto o resto do nosso corpo”, explica. “As principais mudanças na pele da região íntima são a perda de colágeno, deixando-a mais flácida e sem sustentação, e a perda de ácido hialurônico, deixando-a mais sensível e seca. Esses aspectos, ligados à piora da qualidade da pele, podem provocar dificuldade na relação sexual, dores e diminuir a libido.”

Para isso, a profissional explica que, hoje, já existem procedimentos que podem colaborar para o “ppkcare”: bioestimuladores de colágeno (aplicados nos grandes lábios e na área vulvar), peelings e até a aplicação de cremes clareadores ou para foliculites. Os sabonetes específicos para a região, livres de álcool, fragrâncias, parabenos ou componentes que alterem o pH, também entram nessa onda e colaboram para a melhora da saúde local e, de quebra, para a estética, trabalhando também a autoestima das pacientes.

Cuidados com a região íntima na mesa de cirurgia

O Brasil é um país conhecido pelo alto número de cirurgias plásticas e, hoje, também se torna um dos mais populares quando o assunto são as cirurgias íntimas. Tudo para transformar a região vulvar e torná-la mais confortável, anatomicamente falando, e, por que não, bonita para as pacientes.

“É fato que cada vez mais as mulheres nos procuram para falar sobre cirurgia plástica na região íntima”, diz a cirurgiã plástica Dra. Larissa Sumodjo, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “O assunto tem sido abordado mais abertamente na mídia e é frequente em grupos de amigas. Isso tudo contribui para que a mulher olhe para essa região, digamos, com um olhar diferente. Assim, aumentou-se o interesse por esse tipo de cirurgia, seja por uma razão funcional ou estética.”

De acordo com a médica, algumas queixas comuns no consultório dizem respeito à diferença de tamanho entre os pequenos lábios, o tamanho da pube (que pode ficar aparente em roupas mais justas, por exemplo), ou grandes lábios que perderam muito volume, colaborando para um aspecto envelhecido da vulva.

Para mulheres que se identificam com algumas dessas queixas, a notícia é positiva: muitas vezes, o procedimento é simples, pode ser feito no âmbito laboratorial e tem um pós-operatório tranquilo.

Segundo a Dra. Tatiana Moura, cirurgiã plástica pela USP, um dos procedimentos mais comuns nesse sentido é a ninfoplastia. “A labioplastia ou ninfoplastia é uma cirurgia plástica que consiste na remoção do excesso de pele dos pequenos lábios vaginais”, explica. “É utilizada geralmente para correção estética dessa área quando esses lábios crescem de forma anormal ou quando um cresce mais que o outro.”

Nesses casos, a cirurgia conta com uma anestesia local, com sedação, e os riscos de infecção e sangramento são baixíssimos. O pós-operatório consiste em usar roupas leves e mais soltas e fazer a higienização adequada da região – a paciente pode retomar as atividades comuns em 3 dias e as relações sexuais após a cicatrização completa das incisões.

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