A endometriose, que atinge 10% da população feminina, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma doença inflamatória por definição. Caracteriza-se pelo fato de o tecido endometrial se estender para fora do útero, multiplicando-se, gerando dores no período menstrual e outras consequências, como a infertilidade, em alguns casos. Isso significa que comer menos alimentos pró-inflamatórios e aumentar o consumo daqueles que ajudam a reduzir a inflamação pode contribuir no caso de diagnóstico da doença.
Alguns sintomas da endometriose podem ser melhorados com alimentação adequada – o que não quer dizer que a ingestão deles irá curar a doença, mas pode contribuir para a diminuição das cólicas e para barrar o aumento da inflamação. É aconselhável promover o consumo de alimentos vegetais, produtos biológicos, cereais integrais, frutos secos, leguminosas e azeite extravirgem. Eles produzem as prostaglandinas das séries 1 e 3, lipídios que o corpo produz a partir de ácidos graxos e que também podem ser obtidos por meio da alimentação. Eles têm efeitos anti-inflamatórios.
Por outro lado, deve-se evitar alimentos que contenham a prostaglandinas da série 2, que pode, ao contrário, contribuir para a causa de sintomas da endometriose, como cãibras, contração muscular e inflamação. Deve ser reduzido o consumo de carne vermelha, óleo de girassol e de milho, linguiças e vísceras, leite integral e derivados e gema de ovo, entre outros. Também é recomendado controlar a ingestão de açúcares refinados, cereais refinados, cafeína, chás e bebidas energéticas.
“Ao controlar melhor nossa alimentação, podemos combater a dor, reduzindo a formação de prostaglandinas consideradas ruins. Ao mesmo tempo, consumir alimentos que favorecem a formação de prostaglandinas boas nos fornece um melhor equilíbrio”, esclarece Patrick Bellelis.
Fatores como deficiência de vitamina C, B12 e fibras, resistência à insulina e alto consumo de gorduras saturadas e trans também podem originar predisposição para a elevação das prostaglandinas tipo 2. “A melhor maneira de verificar quais alimentos são bons ou ruins para cada paciente é por meio de uma análise profissional com um médico ou nutricionista. Uma forma é fazer um teste, eliminando totalmente alimentos considerados prejudiciais por um período e sentir se houve melhora. Assim, é possível determinar se vale a pena seguir essa dieta ou buscar outras soluções”, acrescenta o médico.