Com o passar dos meses, a introdução alimentar torna-se essencial para o desenvolvimento do paladar do bebê, e do início de uma alimentação mais variada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, a partir dos 6 meses, os pais devem começar a inserir outros alimentos nutritivos no cardápio da criança, como complemento ao leite materno ou a fórmula. Para tornar esse processo mais eficiente, a nutricionista Giliane Belarmino, dá algumas dicas essenciais para uma introdução alimentar de sucesso. Confira:

  1. O bebê está pronto: Além da idade, existem alguns sinais que o bebê precisa apresentar para dar início à introdução alimentar, como os de prontidão, que indicam que o organismo está preparado para começar a descobrir os novos alimentos. São eles: sentar-se sem apoio (ou com o mínimo de apoio), saber pegar objetos e levar à boca, ter reflexo da protrusão da língua diminuído, além de demonstrar interesse pela comida.
  2. Escolha o lugar ideal: Se o bebê já apresentou os sinais de prontidão citados acima, escolha o lugar ideal para iniciar o processo. Evite ambientes com muitas distrações, assim como o uso de eletrônicos ou da televisão.
  3. Caras e bocas: Cuspir, fazer careta e ter reflexo contra engasgo (GAG) são reações esperadas nesse processo da transição alimentar. Mantenha a calma e não desista.
  4. Utensílios: Separe um prato e uma colher para que a criança possa manusear durante a alimentação. É importante deixar o pequeno colocar o talher na boca ou demonstrar que quer receber essa colher. Opte por produtos de silicone e que tenham BPA Free.
  5. Comece com as frutas: Após os 6 meses, a criança pode comer qualquer fruta, mesmo as mais ácidas, como abacaxi, laranja e kiwi. Uma dica é ficar de olho nas frutas que estão na época, além de mais acessíveis e nutritivas, possuem uma quantidade menor de agroquímicos. A única fruta que necessita de um cuidado especial é o morango, se não for orgânico, pode concentrar maior quantidade de agroquímico em sua produção. Há quem prefira iniciar essa transição com o mamão, banana ou abacate, por serem mais fáceis de amassar. Porém, é uma questão de preferência.
  6. Não exagere: Por mais ansiedade que esse momento possa trazer, é importante respeitar a saciedade do bebê e o seu tempo para explorar e descobrir os alimentos. A introdução alimentar vai muito além de nutrição, ela ensina a verdadeira relação do ser humano com a comida, que deve ser harmoniosa e feliz.
  7. Explore os alimentos: Na introdução alimentar, o foco é apresentar os alimentos e não fazer com que o bebê coma tudo. Por isso, não há uma regra de como comer e, principalmente, o quanto comer. Porém, é necessário observar os sinais que o bebê apresenta. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, os 5 grupos de alimentos (carboidratos, leguminosas, proteínas, vitaminas e minerais — compostos por frutas, verduras e legumes) podem ser ofertados desde o início da introdução alimentar.

Como funciona a transição alimentar dos bebês?

A especialista ressalta que a partir dos 6 meses, o bebê começa a ter uma demanda maior por nutrientes e calorias, e somente o leite materno ou a fórmula passam a ser insuficientes para suprir essa necessidade. “Nessa fase, a maioria dos pequenos já apresenta maturidade fisiológica e neurológica, além de enzimas digestivas em quantidades suficientes para começar a digerir outros alimentos”, explica.
 

Segundo Giliane Belarmino, essa transição é gradativa. “O bebê não precisa comer muito desde o primeiro dia. Durante o primeiro ano, o leite materno ou fórmula ainda são a principal fonte de nutrientes da criança, sendo a alimentação um complemento. O esperado é que, após os 12 meses, o bebê tenha uma alimentação mais completa, e consiga adquirir todos os nutrientes necessários com ela. Sendo assim, o leite materno torna-se um complemento”, destaca a nutricionista.
 

A especialista acrescenta, ainda, que a introdução de água deve acontecer no mesmo momento que a de alimentos, assim que o bebê completar 6 meses, nos intervalos entre as refeições e as mamadas, por exemplo. Já para a ingestão de sucos, a nutricionista alerta que o ideal é que ocorra somente após os 12 meses.
 

“Ao comer a fruta, a criança está interagindo com a textura do alimento, o sabor e, consequentemente, adquirindo as vitaminas, minerais e fibras presentes no alimento. Quando transformamos essa fruta em suco, perdemos a textura, as fibras e alguns nutrientes mais voláteis podem ficar reduzidos também. Por isso, a oferta de sucos apresenta pouca vantagem e é recomendada que seja adiada até o primeiro ano de vida, depois que a criança tenha aprendido o gosto e a textura de diversos alimentos diferentes”, pontua a especialista.
 

E se o bebê não aceitar a introdução alimentar?

No primeiro mês da mudança de cardápio, o bebê estará com o paladar em adaptação. “É natural que ele estranhe texturas e sabores diferentes na boca. O importante é continuar oferecendo as frutas diariamente. No início, ele vai cuspir e fazer careta. Pode ter alimentos que você precisará oferecer até 12 vezes para o bebê aceitar. Mudar a forma de apresentação da fruta, preparo e textura pode ajudar nesse processo. Mas, lembre-se, que no início da transição alimentar é totalmente normal que isso aconteça”, esclarece Giliane.

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