Uma viagem de São Paulo (SP) para Lisboa (Portugal) dura em torno de 9 horas. Porém, o organismo pode levar mais tempo para restabelecer seu relógio biológico, e a pessoa pode ter dificuldade para conciliar o sono, o que pode ocasionar a perda de preciosos momentos nas férias. Agora imagine ficar dias, semanas e até meses sem dormir direito e as consequências dessa situação. Essa é a condição de 73 milhões de brasileiros que são acometidos pela insônia, segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS). E para esse mal que afeta tantas pessoas, a melatonina vem sendo uma das opções de tratamento mais recentes e promissoras.
Produzida pela glândula pineal, localizada no cérebro, a melatonina é um hormônio fundamental para a sincronização do relógio biológico. Durante o dia quando a retina capta o sinal luminoso do sol, sua produção é inibida; já à noite, com a ausência de luz, a glândula passa a produzir essa substância, também conhecida como hormônio do sono.
“Diversos fatores podem alterar a produção da melatonina pelo organismo, como exposição excessiva à claridade antes de dormir, situações estressantes e jet leg. E todos agem diretamente na qualidade do sono. Casos nos quais os sintomas permanecem por pelo menos um mês, já podemos considerar como insônia”, explica dra. Mirela Yunes, consultora médica.
Segundo a médica, a insônia é definida como dificuldade de iniciar ou manter o sono, acordar muito cedo ou ter um sono de má qualidade, gerando desconforto significativo no dia seguinte. A condição pode ser ocasional, quando acontece em momentos específicos, ou crônica.
E como tratar um problema tão presente na vida dos brasileiros? O caminho encontrado pela ciência está na própria melatonina, como explica a dra.
“Quando nosso organismo tem diminuição da produção de um hormônio, a maneira mais adequada de corrigir a deficiência é a suplementação. Melatonina sintética é uma solução segura para esses pacientes, por isso é considerada 1ª linha para tratamento de insônia pela Academia Americana de Médicos de Família”, comenta a médica.
A utilização da melatonina sintética é recente no Brasil, está no mercado há cerca de um ano, e auxilia na diminuição do tempo de latência do sono, ou seja, o tempo para pegar no sono, mas também ajuda a aumentar o tempo total e melhora a qualidade geral do sono.
“Por ser um produto seguro, a utilização é indicada para pessoas com insônia, mas também para aquelas que estão passando por dificuldades temporárias para dormir, como na mudança de fuso horário. Mas a causa precisa sempre ser pesquisada e o médico deve sempre ser consultado para o apoio necessário”, finaliza a médica.
A utilização da melatonina deve ser alinhada mudanças comportamentais, principalmente antes de dormir, a chamada higiene do sono, como evitar bebidas com cafeína, comidas pesadas, uso de tablets e celulares.
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