Depois de qualquer cirurgia, vem o período de cicatrização e este momento merece cuidados especiais, que nem sempre são considerados ou lembrados. O cirurgião plástico Dr. Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), chama a atenção para três princípios que podem interferir e conduzir para uma boa cicatrização: limpeza, hidratação e proteção solar.
Limpeza
“Sabemos que uma ferida operatória limpa proporciona um bom processo de cicatrização. Nenhuma ferida pós-operatória pode ficar suja e úmida. Os curativos podem variar muito de cirurgia para cirurgia, de cirurgião para cirurgião, de paciente para paciente. Mas ferida com secreção, em geral, deve ser limpa e ter o curativo trocado com frequência”, explica Dr. Amato, que pontua:
– Geralmente, oriento o uso apenas de soro fisiológico, mas muitos casos libero água e sabonete neutro.
– Pomadas e curativos especiais são caros e o mau uso pode prejudicar a cicatrização.
– Não aplique nada no curativo da cirurgia sem a orientação do médico que a realizou.
Hidratação
Dr. Fernando explica que a cicatriz pode ficar vermelha, escura, coçar, doer, ficar alta ou afundada. Todas essas alterações possuem tratamentos específicos com pomadas, cremes, luz pulsada e até laser. Mas tem um tratamento que é comum em todos eles: a hidratação.
“A pele precisa de um ambiente ideal para se restaurar, e a hidratação é fundamental. Mas não pode usar qualquer hidratante de pele, já que muitos deles não foram feitos para isso e podem até gerar dermatites”, alerta o especialista.
Mantendo o princípio da hidratação, existem as placas e géis de silicone, que formam uma película protetora e diminuem a troca de umidade com o ambiente proporcionando uma melhor cicatrização.
Segundo o cirurgião plástico, existem também cremes específicos para essa hidratação, ou até mesmo óleos que podem ajudar. Esses cremes devem ser enriquecidos com vitaminas e substâncias que aceleram o processo de cicatrização e restauração da pele. “Importante explicar que não existe creme mágico para qualquer e toda cirurgia”, comenta ele.
Proteção solar
Se você quer ter uma boa cicatriz, não tome sol no período de cicatrização, um dos grandes vilões de qualquer cicatriz. Até antes de uma cirurgia ele pode desidratar a pele, deixar os tecidos mais inflamados e, dessa forma, prejudicar a cicatrização adequada. No pós-operatório, o sol pode, realmente, influenciar negativamente a cicatrização.
“Uma das consequências mais comuns do sol em uma cicatriz é a hiperpigmentação, ou seja, a cicatriz fica mais escura. Até mesmo tomar sol em outras regiões do corpo pode interferir na cicatrização”, explica Dr. Amato.
Outras orientações passadas pelo Dr. Fernando são o uso do protetor solar e de roupas com tecidos UVA/UVB.
Cola Cirúrgica – O Dr. Fernando comenta que, além de todos esses cuidados no pós-operatório, a técnica cirúrgica e cuidados durante a cirurgia podem fazer a diferencia, e conta uma das opções de materiais cirúrgicos que vê diferença no pós-operatório, que é a cola cirúrgica.
Inspirada na cola Super Bonder, é um adesivo tópico para a pele, em forma líquida, estéril, chamado 2-octil – cianoacrilato, que forma uma camada sobre a cicatriz cirúrgica. Há também o Príneo, que é o sistema de fechamento de pele, uma combinação do 2-octil – cianoacrilato e tela autoadesiva.
Dr. Fernando Amato conta que a cola cirúrgica apresenta vantagens que devem ser levadas em consideração. Abaixo, ele lista as principais:
● Tem propriedade bacteriostática, ou seja, não cresce bactéria, diminuindo os riscos de infecção pós-operatória. Estudos in vitro mostram uma barreira de proteção que chega a 99% e por um período de 72 horas.
● Atua diretamente na ferida pós-operatória, isolando do meio externo.
● Proporciona mais conforto ao paciente no pós-operatório.
● Evita a formação de cicatrizes com queloide e hipertróficas.
● Pode ser utilizada em outras cirurgias além da estética, porém, na estética, contribui muito para um bom resultado.
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