Pais podem aproveitar o período para serem mais diligentes e disponíveis aos seus filhos, mais atentos ao desenvolvimento das habilidades emocionais dos pequenos e ao seu próprio autocuidado.
Que crianças aprendem com o exemplo dos pais todos sabemos. O difícil é a justa-medida entre a rotina atribulada em família e a convivência ideal entre pais e filhos, com as devidas oportunidades de ensinar aos pequenos os comportamentos e hábitos que promovem bem-estar e uma vida mais feliz.
Para Miriam Rodrigues, psicóloga clínica e educacional, com ampla experiência no atendimento a crianças, adolescentes e adultos, as férias são a fase perfeita para passar a limpo a rotina familiar e cultivar, entre todos os membros do clã, atividades tão prazerosas quanto potencialmente promotoras de momentos de profundo e duradouro aprendizado sobre autorregulação, autocuidado, emoções e relacionamentos.
Muitas vezes os pais têm plena condição de oferecer tudo isso no cotidiano letivo, mas a priorização de agendas é com foco no desempenho acadêmico dos pequenos e profissional / econômico dos adultos da família, com uma rotina em pleno “piloto automático”. “Pais negligenciam seus próprios hábitos de bem-estar, que dirá promovê-los entre as crianças”.
Passar a limpo a rotina familiar requereria “frear as atribulações em um nível saudável, rever as prioridades e implantar/ ajustar posturas de maneira a prestar mais atenção no desenvolvimento socioemocional das crianças, e ser mais diligente e disponível aos filhos, pois são comportamentos que os pequenos repetirão em seus relacionamentos”. Com o exemplo de um funcionamento no “piloto automático” em um nível extremo, “as crianças podem se tornar adultos sem o menor autoconhecimento, sem tempo para si e para o próximo e possivelmente com níveis de estresse altos, devido à inabilidade de estabelecer prioridades, valores, relacionamentos saudáveis e à absoluta falta de significado na vida”.
Miriam Rodrigues é psicóloga formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Psicologia Clínica e pós-graduada em Medicina Comportamental pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É idealizadora da Educação Emocional Positiva e possui experiência de 16 anos em atendimento clínico com crianças, adolescentes, adultos, grupos e casais. Atua como psicóloga escolar na Wish Bilingual School (São Paulo) e é professora convidada do Instituto Sedes Sapientiae no curso Aprendizagem Emocional. www.educacaoemocionalpositiva.com.br
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