Não há como negar: as mulheres são guiadas por chuvas de hormônios que afetam diretamente o emocional.

O psiquiatra e pesquisador Dr. Diego Tavares conta o que acontece em cada fase da vida delas e como o humor pode ser influenciado.

Menarca

Logo após a primeira menstruação, conhecida como menarca, as mudanças no corpo da mulher podem ocasionar também mudanças comportamentais já que as alterações hormonais que ocorrem após esta fase já começam a dar sinais de variações na época pré-menstrual, conhecida como TPM.

TPM

O período que dura necessariamente alguns dias antes da menstruação é caracterizado pela queda abrupta dos níveis hormonais, de estrógeno e progesterona. Que causam a variação de humor, mas não tendem a se prolongar após a menstruação. Para solucionar o problema há desde tratamentos com vitaminas e fitoterápicos até medicações mais potentes, como antidepressivos. Isso dependerá da gravidade dos sintomas. A psicoterapia também pode ajudar bastante.

Gravidez

Devido a progesterona e o estrogênio — os hormônios femininos que regulam o ciclo reprodutivo – são os parcialmente responsáveis por grandes alterações de humor durante a gestação, funciona mais ou menos como uma TPM gigante. Mesmo quando a gravidez é bem planejada, muitas mães se veem tomadas por preocupações em relação ao futuro, ao relacionamento com o parceiro ou às responsabilidades financeiras que vão aumentar. Alguns efeitos físicos da gestação, como azia, cansaço e vontade frequente de fazer xixi também acabam mexendo mais com suas emoções. O enjoo, para piorar, acaba com um dos prazeres da vida, que é o de comer alguma coisa gostosa.

Os altos e baixos no humor costumam ser mais pronunciados nas 12 primeiras semanas da gravidez. Eles tendem a diminuir à medida que seu corpo se adapta ao bombardeio hormonal a que é submetido.

Mas no finalzinho da gravidez, com a ansiedade da aproximação do parto, a sensibilidade também pode aumentar.

Pós parto

Na mesma proporção em que os níveis de estrógeno caem abruptamente nos três a quatro dias após o nascimento do bebê, existe um aumento da enzima monoamina oxidase A (MAO-A) no cérebro. A enzima quebra os neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os sinais entre as células nervosas, também influenciam no humor. Se o funcionamento dos neurotransmissores é afetado, a pessoa inicialmente se sente triste e após certo tempo corre o risco de ficar deprimida. Os níveis mais altos foram registrados no quinto dia após o parto, coincidindo com o dia em que o humor das mães está no ponto mais baixo.

A depressão pós-parto é um transtorno que se caracteriza por sintomas semelhantes aos da depressão comum: estado de humor rebaixado, pouca vontade de sair de casa, isolamento social, tristeza intensa e frequente, apetite e sono alterados. A diferença, no entanto, é que, na depressão pós-parto, esses sintomas aparecem na mãe, entre um mês e um ano após o nascimento da criança.

Menopausa

Nesta fase, a mulher possui mudanças comportamentais mais intensas. Em geral, são piores nos primeiros anos da menopausa e tendem a se amenizar com o tempo. As principais mudanças são depressão, irritabilidade, calores noturnos, falta de libido, diminuição da lubrificação da pele e da vagina, dores musculares e articulares.

Fatores de estresse que causam picos hormonais em qualquer fase da vida

Fatores incomuns levam a mudança completa do humor feminino. O ideal é manter uma vida equilibrada e realizar exercícios físicos aeróbicos regulares. Sabe-se que a prática dos exercícios, além de aliviar o estresse, mantém os níveis hormonais mais estáveis, evitando as alterações bruscas de humor.


Dr. Diego Tavares é graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FMB-UNESP) e residência médica em Psiquiatria pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP). Psiquiatra Pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) e do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação e Estimulação Magnética Transcraniana (SIN-EMT) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP). https://drdiegotavarespsiquiatra.com/

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